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julho 18, 2010

O Bicho-Humano e o metano

Que os animais também são grandes “detonadores” da camada de ozônio já deve ser do conhecimento de todos. Mas eles não o fazem de propósito, claro. As grandes criações de animais em massa, dos bichos-humanos, é que também os tornam co-vilões do clima.


A criação de gado, por exemplo, é um detonador do clima da terra sobretudo por duas razões. Uma é por exigir enorme espaços de terra, que se obtém pelo desmatamento. E nessas derrubadas, anualmente se produzem 2,4 bilhões de dióxido de carbono!

Imagens de satélite de agosto de 2001, comparadas com as de agosto de 2006, revelaram o incrível aumento do desmatamento no Mato Grosso do Sul. Foram 540 mil hectares de florestas destruídos em apenas cinco anos!

Calcula-se que cada hamburguer que se consome destruiu 6 metros quadrados de floresta. Só o Brasil e a Bolívia terão desmatado, de 2007 até 2010, três milhões de hectares de florestas. Para produzir o quê? Inclusive carne de hamburguer!

Outro aspecto, não menos perigoso, é o que os animais expelem. Seus escrementos, pela composição e grande quantidade, poluem o solo. E o gás metano, que os mamíferos produzem em sua digestão, é um dos maiores “inimigos” do clima mundial.

Nós, humanos, também produzimos gases. Cerca de um litro por dia. Mas o gado produz até 250 litros por dia! Ou seja, a cada 40 segundos uma vaca arrota uma bela porção de metano! E cada arroto cava um furo a mais na camada de ozônio.

Hoje, só nos países mais pobres do mundo, há mais de 1,3 bilhão de pessoas que subsistem através da criação de gado. Ela ocupa uma terça parte das terras cultiváveis do planeta. E 33% das áreas cultivadas são usadas só para produzir comida para os animais.

E agora, diante desse quadro?
Você bem sabe que se criam animais por causa dos costumes alimentares dos bichos humanos, não é mesmo? A carne dos animais, seu leite e derivados fazem parte “imprescindível” da mesa de bilhões de pessoas.

Mas não para as/os vegetarianas/os! E se você ainda não se preocupou com as relações existentes entre criação de animais » costumes alimentares » destruição da camada de ozônio » mudança de clima da terra, convido a fazê-lo.

Que tal você tomar um pouco de seu tempo para refletir sobre essas questões tão importantes, inclusive para a nossa sobrevivência?

Faça a sua parte! Tente! Não comer carne de animais é algo perfeitamente viável. Prescinda você um pouco de seus hábitos carnívoros pelo bem-estar das futuras gerações. Tanto das gerações de seres humanos, como das de animais. – Eles lhe serão eternamento gratos!

junho 04, 2010

ONU recomenda dieta vegana para combater mudanças climáticas

Fazenda em Mato Grosso

Uma mudança global para uma dieta vegana é vital para salvar o mundo da fome, pobreza de combustíveis e os piores impactos da mudança climática, diz um novo relatório da ONU. A previsão é de que a populção mundial chegue a 9.1 bilhões de pessoas em 2050 e o apeite por carne e laticínios é insustentável, diz o relatório do programa ambiental da ONU (UNEP).


A agricultura, particularmente produtos de carne e laticínios, é responsável pelo consumo de cerca de 70% da água doce do mundo, 38% do uso de terra e 19% das emissões de gases estufa, diz o relatório que foi lançado para coincidir com o dia do meio ambiente no próximo sábado (05 de junho).

Diz o relatório: “Espera-se que os impactos da agricultura cresçam sustancialmente devido ao crescimento da população e o crescimento do consumo de produtos animais. Ao contrário dos combustíveis fósseis, é difícil producar alternativas: as pessoas têm que comer. Uma redução substancial de impactos somente seria possível com uma mudança de dieta, eliminando produtos animais.”

O painel de especialistas categorizou produtos, recursos e atividades econômicas e de transporte de acordo com seus impactos ambientais. A agricultura se equiparou com o consumo de combustível fóssil porque ambos crescem rapidamente com o mais crescimento econômico, eles disseram.

Professor Edgar Hertwich, o principal autor do relatório, disse: “Produtos animais causam mais dano que produzir minerais de construção como areia e cimento, plásticos e metais. Biomassa e plantações para animais causam tanto dano quanto queimar combustíveis fóssil.”

Ernst von Weizsaecker, um dos cientistas que lideraram o painel, disse: “Crescente afluência está levando a um maior consumo de carne e laticínios – os rebanhos agora consomem boa parte das colheitas do mundo e, por inferência, uma grande quantidade de água doce, fertilizantes e pesticidas.”

Fonte: Guardian
Tradução Lobo Repórter



UN urges global move to meat and dairy-free diet 

Lesser consumption of animal products is necessary to save the world from the worst impacts of climate change, UN report says 
 The UN says agriculture is on a par with fossil fuel consumption because both rise rapidly with increased economic growth. 


A global shift towards a vegan diet is vital to save the world from hunger, fuel poverty and the worst impacts of climate change, a UN report said today[pdf].
As the global population surges towards a predicted 9.1 billion people by 2050, western tastes for diets rich in meat and dairy products are unsustainable, says the report from United Nations Environment Programme’s (UNEP) international panel of sustainable resource management.
It says: “Impacts from agriculture are expected to increase substantially due to population growth increasing consumption of animal products. Unlike fossil fuels, it is difficult to look for alternatives: people have to eat. A substantial reduction of impacts would only be possible with a substantial worldwide diet change, away from animal products.”
Professor Edgar Hertwich, the lead author of the report, said: “Animal products cause more damage than [producing] construction minerals such as sand or cement, plastics or metals. Biomass and crops for animals are as damaging as [burning] fossil fuels.”
The recommendation follows advice last year that a vegetarian diet was better for the planet from Lord Nicholas Stern, former adviser to the Labour government on the economics of climate change. Dr Rajendra Pachauri, chair of the UN’s Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), has also urged people to observe one meat-free day a week to curb carbon emissions.
The panel of experts ranked products, resources, economic activities and transport according to their environmental impacts. Agriculture was on a par with fossil fuel consumption because both rise rapidly with increased economic growth, they said.




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Do you have to be a vegan to help fix climate change?

Ernst von Weizsaecker, an environmental scientist who co-chaired the panel, said: “Rising affluence is triggering a shift in diets towards meat and dairy products - livestock now consumes much of the world’s crops and by inference a great deal of freshwater, fertilisers and pesticides.”
Both energy and agriculture need to be “decoupled” from economic growth because environmental impacts rise roughly 80% with a doubling of income, the report found.
Achim Steiner, the UN under-secretary general and executive director of the UNEP, said: “Decoupling growth from environmental degradation is the number one challenge facing governments in a world of rising numbers of people, rising incomes, rising consumption demands and the persistent challenge of poverty alleviation.”
The panel, which drew on numerous studies including the Millennium ecosystem assessment, cites the following pressures on the environment as priorities for governments around the world: climate change, habitat change, wasteful use of nitrogen and phosphorus in fertilisers, over-exploitation of fisheries, forests and other resources, invasive species, unsafe drinking water and sanitation, lead exposure, urban air pollution and occupational exposure to particulate matter.
Agriculture, particularly meat and dairy products, accounts for 70% of global freshwater consumption, 38% of the total land use and 19% of the world’s greenhouse gas emissions, says the report, which has been launched to coincide with UN World Environment day on Saturday.
Last year the UN’s Food and Agriculture Organisation said that food production would have to increase globally by 70% by 2050 to feed the world’s surging population. The panel says that efficiency gains in agriculture will be overwhelmed by the expected population growth.
Prof Hertwich, who is also the director of the industrial ecology programme at the Norwegian University of Science and Technology, said that developing countries – where much of this population growth will take place – must not follow the western world’s pattern of increasing consumption: “Developing countries should not follow our model. But it’s up to us to develop the technologies in, say, renewable energy or irrigation methods.”

abril 18, 2010

Já nada é como antes...

Hoje acordei melancólica. Fui ao meu baú de memorias e lembrei-me deste vídeo.
Já nada é como antes, nem as pessoas, nem o clima, nem o Planeta. 
Evoluímos? Como? 
As memórias perdem-se no tempo e nem os líderes se lembram de promessas, de palavras que outrora foram tão fortes, tão sinceras e tão inocentes.
Manda quem quer e faz quem pode. Mas os que podem continuam sem fazer NADA!
Vale a pena relembrar esta história. 
Nós merecemos melhor. O Planeta merece melhor!



Severn Cullis-Suzuki ( Vancôver, no Canadá) é uma activista, escritora oradora de temas ambientais. É possivel que não saibam quem é, porque não aparece na televisão nem nas revistas, mas ficou conhecida aos 12 anos de idade, quando silenciou a ONU num discurso no Rio de Janeiro durante a ECO92.




As suas palavras na altura, parecem tão actuais agora como o eram em 1992.
 Já passaram 18 anos e afinal o que mudou?

Eu falei por seis minutos e recebi uma aclamação de pé. Alguns dos delegados gritaram mesmo. Eu pensei que eu tinha alcançado algum deles com o meu discurso. Agora, dezoito anos mais tarde, depois de ter participado em mais conferências, eu não estou certa que o tenha conseguido. Minha confiança nos povos, no poder e no poder de uma voz foi agitada profundamente.
Quando eu era pequena, o mundo era simples. Mas como um novo adulto, eu estou aprendendo que como nós temos que fazer a escolha -instrução, a carreira, estilo de vida- a vida começa cada vez mais complicada. Nós estamos começando a sentir a pressão de produzir e ser bem sucedidos. Nós estamos aprendendo uma maneira nova de olhar o futuro a curto prazo, centrando sobre termos de quatro anos do governo e relatórios de negócio trimestrais. Nós somos ensinados que o crescimento económico é progresso, mas nós não somos ensinados a como levar a cabo uma maneira feliz, saudável ou sustentável de vida. E nós estamos aprendendo que aquilo que nós pensámos para nosso futuro quando tínhamos 12 anos era idealista e ingénuo.


A mudança ambiental real depende de nós. Nós não podemos esperar nossos líderes. Nós temos que focalizar quais as nossas próprias responsabilidades e em como nós podemos fazer a mudança acontecer.


Filha do Biólogo canadense David Suzuki, Severn Cullis Suzuki, fundou aos 9 anos a Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente (ECO). Ficou famosa e conhecida no mundo todo em 1992, quando com 12 anos, proferiu o discurso acima, durante a ECO 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no Rio de Janeiro (Brasil, 1992) e emocionou todos, conseguindo tirar lágrimas de vários delegados e dirigentes políticos, sendo ovacionada por todos os presentes. Desde então, não parou mais! Mundialmente reconhecida como "A menina que calou o mundo por 5 minutos", Severn Suzuki é hoje ativista ambiental, palestrante internacional, apresentadora de TV, autora e membro ativo do painel sobre Meio Ambiente das Nações Unidas. Em suas palestras leva pelo mundo inteiro a importância de redefinir nossos valores, pensar no social, nos mais carentes, agir pensando nas consequências futuras e de ouvir as crianças. É dela também o projeto Skyfish, um site que incentiva a juventude a falar sobre seu futuro e adotar um estilo de vida sustentável.

Este discurso, aconteceu em 1992, mas nunca foi tão atual!



Severn Suzuki
Em 1992, Severn Suzuki, representante da ECO, organização de crianças em defesa do meio ambiente, calou o mundo com apenas algumas palavras.


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1992
“Hoje eu tenho medo de tomar sol por causa dos buracos na camada de Ozônio, tenho medo de respirar porque não sei quais substâncias químicas o estão contaminando…” 
“Apesar do meu medo, eu não tenho medo de mudar o mundo da maneira que eu acredito que deve ser mudado”. clamou Severn para os líderes que assistiram calados, e que ganhou, no ano seguinte, o prêmio anual das Nações Unidas para o Meio Ambiente, pelo seu discurso.
Depois de tanto tempo,  seu discurso ainda é extraordinário e relevante. Porém, é triste perceber que as palavras de Severn Suzuki ainda são muito atuais e, agora, é uma realidade urgente. Ela mesma sabe disso. Sua caminhada em defesa do planeta não parou depois do seu discurso, na cidade do Rio de Janeiro. Severn Cullis Suzuki  tem sido sempre ativa no trabalho da justiça ambiental e social.
O texto do vídeo fala por si, mas pode ser resumido como um grito das crianças para os adultos. Se antes eles ensinaram às crianças a como se comportar, a cuidar do meio ambiente, hoje deixam o mundo sem florestas, destroem a Camada de Ozônio e deixam animais entraram para os cruéis rankings da extinção. Sublinha o medo de um futuro que poderá não existir, e que devemos lutar para impedir que isto aconteça. O preço do nosso futuro, da mudança tecnológica, está nos recursos que nós consumimos, a fim de gerar riqueza. Temos de pensar primeiro sobre as mudanças, às vezes irreversíveis, antes de avançar ainda mais. E se estamos fazendo o nosso ecossistema pagar um preço demasiado alto, a última frase de Severn, emblemática e poderosa, dirigidas aos adultos no encerramento de sua fala é a melhor reflexão:
“Eu desafio vocês. 
Por favor, façam suas ações refletirem as suas palavras. Obrigada”.

Severn hoje, é membro ativo do painel sobre Meio Ambiente das Nações Unidas, É dela também o projeto Skyfish, um site que incentiva a juventude a falar sobre seu futuro e adotar um estilo de vida sustentável.

abril 07, 2010

Pesquisa Afirma que Animais Não Causam Efeito Estufa!

Pesquisador afirma que diminuir o consumo de carne e laticínios não traz impacto real no combate ao aquecimento global. A conclusão foi apresentada no início da semana durante o 239º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química. 
Apesar das alegações de que a criação de animais gera muitos gases causadores do efeito estufa, o perito em qualidade do ar, Dr. Frank Mitloehner, da Universidade da Califórnia-Davis, disse que culpar vacas e porcos é cientificamente errado e impede que a sociedade foque em soluções efetivas para combater o problema. Para ele, cortar o consumo de leite e carne significaria apenas mais fome em países pobres – e não diminuição do aquecimento. O foco deveria ser em agricultura e pecuária inteligente, adotando praticas para produzir mais comida com menos emissões. A principal medida, no entanto, seria reduzir o uso de petróleo e carvão para eletricidade, aquecimento e combustível, já que, segundo ele, os meios de transporte causam 26% de todas as emissões-estufa nos Estados Unidos, enquanto a criação de gado e porco gera apenas 3%.  Ele afirmou ainda que essa opinião contrários à carne vem de um erro cometido no relatório das Nações Unidas de 2006 chamado “Livestock’s Long Shadow”. Nele, dizia-se que a criação de animais era responsável por 18% dos gases causadores do efeito estufa – o que seria mais do que os transportes. No entanto, apesar dos animais serem grandes liberadores de metano, Mitloehner acredita que houve um erro na metodologia utilizada na época. As emissões dos rebanhos foram calculadas de forma diferente das do transporte. Os dados dos animais incluíam sua alimentação, suas emissões digestivas e o processamento da carne em comida. Mas na análise do transporte estavam incluídas apenas as emissões de combustíveis pelos veículos, e não todo o ciclo do transporte do combustível e retirada do petróleo.
Fonte: Eco4planet

abril 05, 2010

Após críticas de 'exagero', FAO vai rever impacto da indústria da carne no clima


Indústria da carne
Para cientista, FAO exagerou impacto da indústria da carne no clima
Especialistas da ONU vão voltar a analisar o papel da indústria da carne nas mudanças climáticas, depois que um relatório sobre o tema foi acusado de exagerar a relação entre os dois fenômenos.
Um relatório de 2006 concluiu que a produção de carne é responsável por 18% das emissões de gases nocivos ao ambiente. Pelo relatório, a indústria da carne polui mais do que o setor de transporte.

março 18, 2010

Nicholas Stern, mudança climática e consumo de carne




O britânico Nicholas Stern, autor do Relatório Stern, declarou ao jornal The Times que a pecuária destinada ao consumo de carne representa “um desperdício de água e contribui poderosamente para o efeito estufa”. Acesse a matéria da agência de notícias EFE, reproduzido pela Folha Online, clicando aqui.
Relatório do economista britânico Nicholas Stern, encomendado pelo governo britânico e lançado em 2006. O levantamento gerou grande impacto mundial ao afirmar que se não forem tomadas medidas para a redução das emissões, a concentração dos gases geradores de efeito estufa na atmosfera poderá atingir o dobro do seu nível pré-industrial já em 2035, sujeitando-nos praticamente a um aumento da temperatura média global de mais de 2ºC. O Relatório Stern apontou também que, em longo prazo, há mais de 50% de possibilidade de que o aumento da temperatura venha a exceder os 5ºC. 


O Relatório Stern (do nome do seu coordenador, Sir Nicholas Stern, economista britânico do Banco Mundial) é um estudo encomendado pelo governo Britânico sobre os efeitos na economia mundial das alterações climáticas nos próximos 50 anos.
O relatório resultante desse estudo foi apresentado ao público no dia 30 de Outubro de 2006 e contem mais de 700 páginas e é um dos primeiros estudos encomendados por um governo sobre o assunto a um Economista e não a um cientista da área.
Uma das principais conclusões a que se chega no relatório é que com um investimento de apenas 1% do PIB Mundial se pode evitar a perda de 20% do mesmo PIB num prazo de simulação de 50 anos.

março 17, 2010

Justiça ao contrário: a favor de poluidoras e contra impactados

Flavia Bernardes

Foto capa: Divulgacao

Agricultores, indígenas, quilombolas, pescadores e representantes de entidades civil organizadas cada vez mais conhecem de perto o desafio de denunciar um impacto ambiental causado pelas grandes empresas instaladas no Estado. Isso porque dificilmente eles têm amparo da Justiça. Na maioria dos casos, são coagidos, têm suas casas invadidas ou são interditados judicialmente. Trata-se de um processo para propagar o silêncio, com o apoio do poder público.

março 14, 2010

"Avatar" e Mensagens Subliminares





Alex Jones fez ontem uma avaliação do filme Avatar, o último filme de James Cameron, no qual os humanos, no ano 2154, após terem destruído quase toda a natureza do planeta terra, partem para o planeta (na realidade uma lua) chamado pandora, no qual os seres nativos seguem uma religião de adoração da natureza nos moldes da “religião” de Gaia.
 O filme em 3D é realmente um show de efeitos especiais, com um visual alucinante. Um filme com uma  forte mensagem propagandista, que mostra a adoração da natureza e o ambientalismo, a religião de adoração do planeta que os seres nativos seguem, juntamente com a mensagem da ameaça destrutiva que os seres humanos representam.



Por outro lado, o filme tem uma mensagem anti-imperialista e anti-militar, que vejo com bons olhos. Veja abaixo a avaliação de Alex Jones do filme Avatar.



março 05, 2010

Campanha Hora do Planeta propõe apagar as luzes por uma hora para repensar impactos do consumo de energia


Logo da Campanha Hora do Planeta 2010
Apagar as lâmpadas por uma hora pode ajudar a combater o aquecimento global. É o que propõe a campanha Hora do Planeta, da organização não governamental (ONG) WWF, lançada ontem (3), na capital fluminense. A ideia é convencer as pessoas a desligarem as luzes no dia 27 de março, entre as 20h30 e 21h30.
Essa é a segunda vez que a campanha é realizada no Brasil. Com divulgação na TV e na internet, a estimativa é envolver cerca de 200 cidades. Em 2009, ao lado de 40 mil cidades de 88 países, 113 cidades brasileiras participaram da campanha. Na ocasião, foram apagadas as luzes do Cristo Redentor, no Rio, do Congresso Nacional, em Brasília, e do Teatro Amazonas, em Manaus, por exemplo.
Neste ano, ainda não estão confirmados os monumentos que terão as lâmpadas desligadas. No Rio, cidade-sede da campanha, além de apagar as luzes do Cristo e da Praia de Copacabana, como em 2009, a meta é desligar os refletores do Arpoador, da Praia do Leblon e do Monumento aos Pracinhas, na zona sul, e ainda mobilizar os moradores da zona norte, apagando por uma hora as luzes da Igreja da Penha.
O objetivo da campanha é estimular a reflexão sobre os impactos do consumo de energia e sobre formas de geração de eletricidade que agridam menos o meio ambiente, afirma o presidente do Conselho Diretor da WWF, Álvaro de Souza.
“Essa não é uma campanha para poupar energia. O importante é a conscientização sobre a construção de uma matriz energética mais limpa.”
De acordo com o diretor, embora o desmatamento provocado pela construção de hidrelétricas também se reflita na emissão de gases causadores do efeito estufa, as usinas abastecidas pela queima de combustível fóssil, como ocorre na China, poluem mais. O representante da WWF lembra também que as nucleares deixam um passivo ambiental ainda sem solução para o planeta: o lixo contaminado.
“Todas as opções [de geração de energia] têm um preço. Todas têm uma pegada ecológica. A parte hidrelétrica, como no caso do Brasil, têm uma pegada mais tênue, o grande lance é o alagamento de grandes áreas para construção de lagos que, evidentemente, causam um desequilíbrio”, afirmou.
A campanha Hora do Planeta começou na Austrália em 2007 e se estendeu pelo mundo. No ano passado, ícones de destaque foram desligados nas principais capitais para chamar atenção para o avanço do aquecimento global. Entre eles, a Torre Eiffel, em Paris, o Coliseu, em Roma e a Times Square, em Nova Iorque.









Reportagem de Isabela Vieira, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/03/2010

fevereiro 12, 2010

Glaciares dos Himalaias: Greenpeace exige demissão de responsável da ONU

John Sauven, director do Greenpeace no Reino Unido, exigiu a demissão de Rajendra Pachauri da presidência do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU, por causa das previsões erradas sobre o fim próximo dos glaciares dos Himalaias.

O dirigente ambientalista afirmou ao diário britânico "The Times" que o IPCC precisa de um novo presidente que recupere a credibilidade da instituição, cujos relatórios dão suporte científico às actuais negociações climáticas.

O Greenpeace tem sido um dos mais fortes aliados de Rajendra Pachauri no movimento ambientalista mundial.

O IPCC reconheceu há duas semanas que tinha errado ao assumir no seu último relatório que os glaciares dos Himalaias poderiam desaparecer em 2035, com base em afirmações especulativas e um estudo de um cientista indiano da Universidade de Jawaharlal Neru (Nova Deli).

Os glaciares dos Himalaias são a maior concentração de gelo da Terra depois da Antártida e do Árctico, e fornecem mais de metade da água potável a 40% da população mundial, através de sete grandes rios asiáticos.

O vice-presidente do IPCC, Jean-Pascal van Ypersele, já pediu desculpas públicas pelo sucedido e Rajendra Pachauri reconheceu que as previsões sobre os glaciares eram "um caso de erro humano", mas considerou um pedido de desculpas pessoal como uma atitude "populista", segundo o jornal britânico "The Daily Telegraph".

O cientista indiano e Nobel da Paz de 2007 com Al Gore, acrescentou que este erro "não altera a conclusão de que os glaciares estão a derreter" devido ao impacto do aquecimento global. E sublinhou que não tencionava demitir-se.

fevereiro 07, 2010

Homem Árvore – Vestir consciente


Pensando na sustentabilidade do planeta e no consumo consciente, a marca Homem-Árvore utiliza tecido de fibra de bambu, resinas especiais livres de PVC, pigmento orgânico e resíduos do próprio processo, para desenvolver ativismo visual e t-shirt´s ecologicamente conscientes. Conheça uma nova forma de pensar moda. Segundo o fabricante, não há envolvimento de materiais de origem animal em nenhuma fase da produção.
Fonte:  Vista-se ·

fevereiro 04, 2010

Ambientes humanos sustentáveis: Permacultura



Em poucas palavras, dizemos que Permacultura é: um sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis. Seus princípios teóricos e práticos são uma síntese das práticas agrícolas e conhecimentos tradicionais e das descobertas da ciência moderna visando o desenvolvimento integrado da propriedade.


A Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.


Tendo como base o planejamento consciente, a Permacultura torna possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia. Quando a ação do permacultor se volta para áreas agrícolas, o resultado é a reversão de situações dramáticas de degradação sócio-ambiental.
Todo sistema permacultural deve evoluir, com designs arrojados, para a construção de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais.


A Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de ações comuns para o bem do sistema Terra.

 Permacultura 


Fonte: Rede Permear

Países anunciam metas de corte de CO2

Cumprindo o compromisso assumido no mês passado na conferência de Copenhague, 55 países, representando quase 80% das emissões globais de gases do efeito estufa, apresentaram metas com relação ao combate à mudança climática.
"Isso representa uma avigoramento importante das negociações da ONU sobre a mudança climática", disse Yvo de Boer, chefe do secretariado climático da ONU, sobre as metas apresentadas até o prazo previsto em Copenhague, 31 de janeiro. Tais metas dizem respeito à redução nas emissões de gases do efeito estufa até 2020.
Yvo de Boer, chefe do secretariado climático da ONU: 
acordo de Copenhague busca limitar o aumento médio 
da temperatura global a 2 graus Celsius acima dos 
níveis do período pré-industrial.


A maioria dos governos - inclusive China e EUA, os dois maiores emissores - apenas reiteraram promessas divulgadas antes da cúpula de Copenhague, que frustrou muitos observadores por não resultar em um tratado que seja de cumprimento obrigatório.

De Boer disse que as promessas apresentadas por 55 dos 194 países participantes representam 78% das emissões resultantes do uso energético. A ONU diz que o prazo é flexível e que outros países podem apresentar seus planos mais tarde.

O diplomata disse que os compromissos são "claros sinais da disponibilidade em avançar as negociações para uma conclusão bem sucedida".

A expectativa dos envolvidos é selar o novo tratado climático global, que entraria em vigor em 2013, durante uma reunião entre 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancún (México).

O acordo de Copenhague busca limitar o aumento médio da temperatura global a 2 graus Celsius acima dos níveis do período pré-industrial, e sugere a liberação de 100 bilhões de dólares em ajuda climática a países em desenvolvimento a partir de 2020.

Mas o texto deixava em branco as metas individuais dos países para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Analistas dizem que as atuais metas levarão a um aumento superior a 2C.

Fonte Info

dezembro 28, 2009

É preciso comer menos carne para salvar a Terra

Fabrice Nicolino, autor de Bidoche, L´Industrie de la viande menace le monde (Éditions Les Liens que Libèrent), respondeu, dia 16 de outubro, às questões dos leitores do Monde.fr sobre os efeitos nocivos do aumento massivo do consumo mundial de carne sobre o meio ambiente e a saúde. Os diálogos com Fabrice Nicolino estão publicados no Le Monde, 16-10-2009.
A tradução é do Cepat.




ours: De que modo a produção de carne tem consequências sobre a mudança climática?



Fabrice Nicolino: É uma questão complexa, mas dispomos de um documento oficial, institucional, um enorme relatório de 2006 da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO), da ONU. De fato, trata-se de uma análise global de todo o ciclo da produção pecuária no mundo. Não somente dos animais, mas a sua alimentação, os meios de transporte utilizados [para levá-los aos frigoríficos]. Esse relatório estima que todo o gado mundial emite 18% de gás de efeito estufa de origem humana, e esse total é superior àquele que diz respeito aos transportes utilizados pelos seres humanos (carros, navios...).



Pharell_Arot: Bom-dia. Sendo um aficionado por carne, eu me pergunto sobre as condições a serem adotadas para conjugar os prazeres alimentares e o desenvolvimento sustentável. Quais são, para você, as precauções que um consumidor médio pode tomar imediatamente?



Fabrice Nicolino: A primeira coisa é lembrar que o consumo de carne na França foi multiplicado aproximadamente por 4 desde a segunda Guerra Mundial. Nós comemos muita carne, por razões econômicas e políticas. Eu realmente não tenho conselho a dar. Minha opinião é que podemos comer muito menos carne, comer uma carne de melhor qualidade. Pessoalmente, eu como carne, mas cada vez menos, e é carne biológica, porque nesta maneira de produzir está proibido o uso em grande quantidade de produtos medicinais e químicos.



Pharrell-Arot: Há consumos de espécies menos perigosas que outras para o planeta? A de porco, por exemplo?



Fabrice Nicolino: O pior transformador de energia é o boi. Quanto menos vegetais um animal consumir, menos o seu consumo é prejudicial para os equilíbrios do planeta. E desse ponto de vista, há uma certa hierarquia que vai do frango ao boi passando pelo suíno. O menos mal é o frango.



Herve_Naturopathe: Há um lobby francês dos frigoríficos/criadores tão importante quanto nos Estados Unidos?



Fabrice Nicolino: Realmente creio que não. Existe um lobby da carne industrial na França, poderoso, mas que não tem nada a ver com a extraordinária importância que a "carne" tomou nos Estados Unidos. Nesse país, há uma história apaixonante por trás do lobby da carne. Um notável livro, La Jungle, publicado em 1906 por Upton Sinclair, descreve o universo dos matadouros de Chicago. É um livro belíssimo.



Nos Estados Unidos, o lobby é realmente muito poderoso; secretários de Estado da Agricultura, especialmente na presidência de Reagan, eram ex-industriais da carne. Sob as Administrações republicanas, mas não apenas, há uma espécie de consanguinidade entre políticos e o lobby da carne.



Voltando ao caso da França, sim, existe um lobby da carne, que é representado pelo Comitê de Informação das Carnes, que tem relações estreitas com a indústria da carne, seguramente, mas também com o aparelho do Estado, o Ministério da Agricultura e o maior sindicato patronal de agricultores, a FNSEA.



Romain: Que alimentos podemos utilizar para substituir a carne vermelha em matéria de contribuição nutricional e de sabor?



Fabrice Nicolino: Não há resposta para esta questão... O sabor da carne vermelha é o sabor da carne vermelha. Eu não saberia dizer o que poderia substituir o seu sabor. No plano nutricional, por mais curioso que possa parecer, um grande número de estudos mostra que os regimes vegetarianos ou os regimes extremamente pouco carnívoros são os melhores para a saúde humana. Eu cito rapidamente um nome, conhecidíssimo nos meios da nutrição: é um norte-americano que se chama Colin Campbell. Ele conseguiu fazer um estudo comparativo da alimentação entre, de um lado, os cantões chineses e, do outro, os condados americanos. Um imenso estudo que durou vinte anos. Ele observa que o regime chinês, amplamente baseado numa dieta de vegetais, é infinitamente melhor para a saúde.



cocoparis: Você acha que é preciso reduzir também o nosso consumo de leite?



Fabrice Nicolino: É um debate aberto e inclusive no plano científico. O que é certo é que o hiperconsumo de leite, que caminha paralelamente à industrialização da pecuária, é muito nefasto à saúde humana. Passamos de vacas bem alimentadas que produziam, em 1945-1946, em torno de 2.000 litros de leite por ano a vacas que dão 8.000, 10.000, inclusive 12.000 litros por ano.



Está claro que quando se produz estas quantidades de leite, é preciso que esse leite seja consumido na sequência. É preciso que as pessoas o bebam. Há nisso uma lógica de ferro muito constrangedora. Se é produzido, necessita de um mercado, necessita de saída. No campo da saúde, o leite não é um alimento tão bom quanto se acreditava ou se fazia crer durante muito tempo.



Apis88: Atualmente, está claramente demonstrado que os países que se enriquecem vêem o consumo de carne por habitante aumentar. Esta constatação pode ser invertida?



Fabrice Nicolino: É uma questão decisiva, uma questão chave. Existe um modelo de consumo de carne, o modelo ocidental, baseado sobre um consumo muito grande de carne. Ora, a produção de carne necessita de quantidades industriais de cereais. E as áreas agrícolas no mundo não podem ser ampliadas ao infinito. Muitos agrônomos de primeira linha se perguntam como se poderá, nos próximos anos, satisfazer este impressionante aumento da demanda de carne nos países chamados emergentes, no topo dos quais está a Índia, mas sobretudo a China, onde 200 milhões ou 300 milhões de chineses reclamam carne, porque pela primeira vez eles têm dinheiro para comprá-la e querem unir-se ao modelo ocidental.



O problema é que as terras agrícolas que permitiriam alimentar esse gado estão em falta, e parece extremamente difícil encontrar novas áreas sobre a Terra assim como está. O que eu quero dizer é que na minha opinião o modelo de consumo de carne praticado entre nós não é de maneira alguma generalizável a todo o planeta. Dito de outra maneira, me parece altamente provável que será preciso rapidamente se colocar a questão central, fundamental, do nosso modelo alimentar. Sem isso, poderemos sem dúvida passar do atual bilhão de esfomeados crônicos para talvez dois bilhões ou três bilhões em 2050.



br: Você acha que os políticos, em sua resposta à crise agrícola atual, vão levar em consideração esse fenômeno?



Fabrice Nicolino: Claramente, não, não, não e não. Vou fazer um paralelo com a situação da França em 1965. O ministro da Agricultura do General de Gaulle chama-se Edgard Pisani. Em 1965, este fez uma turnê triunfal pela Bretanha, e declarou, sob aplausos: a Bretanha deve tornar-se uma fábrica de leite e de carne da França. É muito importante, porque vemos bem que os políticos seguem, evidentemente, objetivos, mas que por definição são objetivos políticos. Ora, nós estamos em vias de falar de questões de outra natureza, que reclamam decisões muito mais refletidas, muito mais pensadas, sobre um prazo muito maior que o tempo dos políticos. Eu acrescentaria que a ecologia, a crise ecológica e tudo o que a ela estiver associado vai impor visões, pontos de vista, decisões para as quais a classe política, de todos os espectros ideológicos, da extrema direita à extrema esquerda, não está preparada.



GrandGousier: De acordo, é preciso deter esta orgia de carne, por todas as razões inventariadas em seu livro. Mas, por onde começar? Na França, quais seriam as primeiras ações a serem tomadas, os primeiros objetivos a serem fixados?



Fabrice Nicolino: Eu não estou aqui para dar lições a quem quer que seja. Mas como pessoa, eu penso que seria bom unir-se à construção de um movimento de consumidores como nunca se viu. Eu penso, na linha do que acabo de dizer sobre a classe política, que apesar do seu interesse e de sua valentia, os movimentos de consumidores que existem na França, por exemplo, a UFC-Que Choisir [União Federal de Consumidores, associação francesa de consumidores] ou 60 milhões de consumidores, exprimem em grande parte preocupações de outro tempo. Eu penso que seria útil e necessário para todos que nasça um movimento de consumidores que integre a crise ecológica, que é fundamentalmente uma crise dos limites físicos. E esse movimento, quando aparecer, provavelmente lançará ações coletivas contra a carne industrial. Para mim, este movimento passará necessariamente por formas de boicote.



Herve_Naturopathe: Ser "consommacteur" [consumidor comprometido] não seria a resposta? Consumir com reflexão e respeito...



Fabrice Nicolino: Seguramente. Mas a questão é quando e como, porque já tivemos movimentos. Eu lembro do boicote dos hormônios para os terneiros em 1980, movimento lançado pelo UFC-Que Choisir. O consumo da carne de terneiro foi dividida por 6 ou 8, era muito impressionante. E o sistema se adaptou, pois se reforçou. Portanto, a questão é realmente saber como encontrar uma eficácia frente a uma indústria que está unida por fios a todos os poderes estabelecidos, quer sejam administrativos, políticos, industriais, sindicais. É uma questão que eu aplico a mim mesmo: como tornar-se "consumidor comprometido" realmente e não apenas nos propósitos.



hadadada: No futuro, deveremos parar totalmente de consumir carne?



Fabrice Nicolino: Eu não vejo esse ponto no horizonte da minha vida. Em todo o caso, eu descobri, ao escrever o livro, que se pode viver sem comer carne. Eu realmente a ignorei. Eu creio que durante muito tempo fizemos chacota dos vegetarianos e que julgávamos, às vezes contra todas as evidências, que sua saúde era muito ruim. Alguns lobistas de que falo no meu livro lembram, para desqualificar os vegetarianos, que tanto Hitler como Jules Bonnot, o anarquista, foram vegetarianos. O que eu constatei é que se pode viver sem comer carne. Devido aos grandes equilíbrios e para enfrentar os grandes problemas que estão diante de nós, a começar pela fome, me parece vital que mudemos novamente de regime alimentar e que renunciemos a uma boa parte da carne que ingerimos a cada ano. Mas mais carne, eu não creio absolutamente nisso, eu penso que é uma questão antropológica, que leva a muitas outras.



cocoparis: E o que você tem a dizer aos criadores? Mudar de profissão? Tornar-se cerealistas?



Fabrice Nicolino: É uma questão terrível. Eu gosto dos agricultores. É verdade que eu prefiro os agricultores do Sul àqueles saturados de subvenções do Norte, mas o mundo da pecuária é um mundo em que encontrei um monte de gente boa, mesmo na pecuária intensiva. Mas eu quero ser direto: eu penso que a pecuária industrial está condenada. Eu penso que a França, a sociedade francesa, contraiu uma dívida com os criadores, e uma vez que tudo foi organizado em vista da pecuária industrial, seria insuportável dizer repentinamente aos pecuaristas para que mudem de profissão. Eu penso que se deveria imaginar um plano de transição, um pouco sobre o modelo do plano de transição de saída da energia nuclear na Alemanha. Poderíamos imaginar um plano de transição de 15 anos para permitir uma aterrissagem suave, para permitir a um certo número de criadores uma retirada digna, e para incentivar os mais jovens a se lançar numa atitude mais respeitosa dos animais, dos equilíbrios naturais, e dos seres humanos que estão no final da cadeia.



Scheatt: As transformações necessárias para um modo de vida mais sóbrio são compatíveis com a organização atual da distribuição e da pecuária?



Fabrice Nicolino: Não, porque é preciso compreender que se trata de um sistema extremamente eficaz em seu registro, muito complexo, muito rodado, que exclui, por exemplo, todo direito dos animais a existir. Eu, com o risco de chocar alguns, sou muito sensível à sorte dos seres humanos, eu sou um humanista, mas considero que os animais têm direito à existência. Eu dediquei o meu livro aos animais mortos sem terem vivido. Num passado remoto, durante 8.000 a 9.000 anos, os seres humanos viveram um companheirismo com os animais, que era sem crueldade, sem violência e sem maus-tratos. Os animais davam sua força de trabalho, mas eles permaneciam seres vivos, sensíveis.



A indústria transformou totalmente os animais, a quem tanto devemos. Eu lembro que sem a existência dos animais domésticos, não teria havido civilização humana. Passamos a uma situação de industrialização em que o animal tornou-se uma coisa, uma mercadoria, um objeto de troca, de material. Eu creio que esta ruptura na história da nossa relação com os animais tira de nós uma parte considerável da nossa humanidade. Eu creio que esta maneira de tratar este "outro" que é o animal abre as portas para um caminho moral.



Ecodebate, 31/10/2009