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Seus netos serão vegetarianos !






O vegetarianismo tem avançado rapidamente, você ainda não percebeu ?


Não adianta nos criticar, mas seus netos serão vegetarianos!


Hoje você nos critica, fala em leis da natureza que não se aplicam a todos os seres humanos, esquece até que somos todos animais, para se colocar além da natureza e acima de todos os outros seres.


Hoje você faz vista grossa à crueldade que existe em todo e qualquer consumo de produtos de origem animal; você parece ignorar que mesmo no confinamento de animais utilizados para consumo humano há violência, porque rouba do animal a liberdade, justo você que tanto valoriza e usa a palavra liberdade para garantir seus direitos. E na maioria das vezes este confinamento não implica somente privação de liberdade, mas muito sofrimento e maus tratos que advêm do tratamento reservado ao animal que servirá de consumo humano. Você até acredita em sistemas filosóficos complexos para justificar esta dominação do homem sobre a natureza. E você concorda com estas crenças que advogam a favor desta dominação.


Tudo bem, você ainda pode justificar sua posição nos pequenos grupos tradicionalistas dos quais faz parte, mas você está percebendo que não dá mais para achar normal maus tratos a animais. Hoje espancar um cachorro pode dar prisão e com certeza é assunto na mídia e motivo de desgraça pública. Você também já está percebendo que há a sua volta outras pessoas que pensam diferente, que têm uma vida diferente da sua que é cercada de objetos e situações que envolvem a exploração e sofrimento de animais.Você já deve ter percebido que há outras pessoas sérias que se importam com o sofrimento e exploração animal.


Você deve ter colegas, parentes, conhecidos que são vegetarianos e há uns 10 anos atrás você até podia falar abertamente de suas filosofias ultrapassadas ao debater sem conhecimento sobre a saúde dos vegetarianos que na realidade parecem mais jovens do que você. Você pode até continuar ignorando povos saudáveis que são vegetarianos há muitas gerações e mais saudáveis do que seus contemporâneos ocidentais onívoros a quem você chama de carnívoros. Você até pode continuar não se perguntando como e por que isto sempre lhe escapou, assim como da lógica da ciência que você endeusa, a quem também escapa perceber que há outros seres humanos iguais a você que têm se mantido vivos e saudáveis a despeito de nunca ingerirem carne. Mas você não pode mais deixar de reparar que hoje há muitas pessoas que se recusam a comer carne mesmo que acreditassem nestes pressupostos da ciência oficial que nem sempre lhe garantiram a saúde, e que é incapaz de incluir em suas análises este grande número de vegetarianos que existem no oriente, saudáveis há muitas gerações. Você pode não se perguntar do porquê desta ciência esquecer-se destas pessoas que têm os mesmos cromossomos que os demais humanos e que se mantêm saudáveis a despeito de algumas prerrogativas e pressupostos científicos, mas saiba que a despeito de você não conseguir perceber-se disto seus netos vão se tornar vegetarianos.


Tudo bem, você pode continuar nos ridicularizando, explicando-se com argumentos pobres como aquele enunciado que diz que “não se deve ser radical” e se este for um de seus argumentos espero sinceramente que você ao se dizer não racista, não homofóbico ou contrário a qualquer preconceito, tenha argumentos mais consistentes do que este de não ser radical! Você pode até não perceber a força do condicionamento social que é o único argumento que há por trás desta lógica que você chama de ciência ou verdade, mesmo assim as próximas gerações vão ser vegetarianas.



Tudo bem, você pode até nos achar agressivos em nosso ativismo engajado, enquanto continua com seu churrasco mal passado, apesar do médico lhe ter sugerido diminuir a carne e pode também nos achar chatos e nos atacar com aquele discurso vazio e passivo ao achar que tínhamos que cuidar de direitos humanos ou de crianças "carentes", mesmo que você não gaste um centavo de seu dinheiro ou um segundo de seu tempo para tratar algo ou alguém fora de seus interesses imediatos e pessoais. Tudo bem, você até pode ser um ativista dos direitos humanos e das causas de minorias, o que é raro entre os que nos criticam, mas você já deve ter percebido que sempre há um vegetariano a sua volta, seja na cantina no trabalho, no clube, na aula de inglês, ou naquele restaurante perto do trabalho, e que acaba comendo arroz com salada calado enquanto você e seus colegas fazem dele o assunto da refeição. Você pode até associar o vegetarianismo de seu amigo à falta de potência sexual, mesmo percebendo que é você que tem dificuldades circulatórias com sua dieta rica em carne, leite e ovos, mas você já deve ter percebido que os vegetarianos estão por todo lugar, são colegas de trabalho, artistas na TV, jornalistas, e até desportistas vitoriosos ou simplesmente a  bela vizinha do apartamento ao lado.


Você pode até não ter percebido que alguma coisa mobiliza em você o fato de alguém se importar com a covardia que existe em subjugar um animal indefeso e conseguir abster-se de colaborar com esta crueldade na alimentação, no vestuário ou em outras práticas, mas você teria que se dar conta também que seus netos serão vegetarianos.


Você até pode achar um absurdo achar que as vacas que você come contribuem com o fim da Amazônia e com o aquecimento terrestre, mas muito breve pessoas como você serão em menor número do que os que se importam com a poluição na Amazônia e dos que pedem um comércio ético, sem a exploração animal. 
Você pode até acreditar no que dizem alguns produtores de carne quando dizem que a carne de porco faz bem à saúde ao defenderem seus interesses comerciais ou que o abate é indolor e que não há sofrimento do animal na produção de carne ou de galinha e mesmo na “inocente” produção de lacticínios. Mesmo que você acredite nisto tudo, saiba que os vegetarianos vão ser maioria nas futuras gerações.


Saiba que, mesmo que demore um pouco, os rodeios vão acabar e serão lembrados como as arenas no Coliseu da Roma Antiga, porque aqueles que estarão envolvidos nas emissoras de TV não vão mais investir em espetáculos com animais. Mesmo que estes sejam os últimos redutos a serem ocupados por vegetarianos, dia chegará que lá estaremos em coletividade e não mais esparsos aqui e ali. Estaremos na TV, no Ministério Público, nos governos, no Supremo, na educação e em todos os espaços. Muitos serão os vegetarianos e o sistema de justiça também não permitirá mais que se maltrate animais, como  JÁ prega a lei, e nem mesmo para consumo, e à sua volta cada vez mais vegetarianos ganharão espaços e voz até que será muito difícil matar para comer. Os grandes proprietários gerarão filhos e netos vegetarianos, bem como os senadores e deputados e até o presidente e mesmo a elite política ou econômica será constituída por uma maioria vegetariana muito mais breve do que você pensa enquanto gasta seu tempo nos criticando e até ridicularizando.


Mesmo que você tenha ganhos diretos com o consumo ou abate animal, você pode imaginar que sua atividade está com os dias contados, porque no futuro muitos serão os que farão oposição a isto e mesmo você terá que mudar de atividade como aconteceu no passado com algumas funções e produtos que se tornaram obsoletos.Se você prestar atenção verá que isto já está acontecendo e há muitos que têm boicotado à violência do comércio que envolve a exploração animal e os empresários mais espertos têm aproveitado para tirar proveito disto.


E saiba que seus netos serão vegetarianos, seus bisnetos veganos e o consumo de carne para eles será uma ofensa.


Seus netos nem precisarão se preocupar com os produtos que poderão consumir nos supermercados, porque estará indicado nas embalagens se aquela matéria prima deu origem a algum tipo de sacrifício ou sofrimento animal. Também não existirão mais produtos testados em animais ou contendo matéria prima de origem animal, porque está se formando a cultura que sucederá a esta que permite ainda maus tratos e exploração animal. E nesta cultura que estamos criando não há lugar para uma idéia de que o universo existe para o ser humano, mas estamos disseminando a idéia de que todos os animais devem ser respeitados por eles próprios. ou por seu valor inerente. Esta será a filosofia que silenciosamente será adotada por seus netos e bisnetos como hoje é ainda o condicionamento social que não lhe permite ver a crueldade que lhe faz corroborar com a violência para com animais indefesos que você permite que sejam abatidos para consumir.


E o comércio que nos respeita mais do que os políticos, porque querem atender nosso desejo de consumo, terá criado tantas coisas para serem consumidas substituindo o tradicional comércio da crueldade para com os animais, que mesmo estes antigos anti-vegetarianos acabarão por se render aos sabores novos que darão conta de todas as necessidades deste novo mercado.


Hoje somos poucos e você se permite uma piada aqui, um crítica indignada ali, como se a gente estivesse lhe usurpando alguma coisa.


Talvez sejamos mesmo espelhos onde muitos se vêem mais feios, mesmo que nossa crítica seja silenciosa e se dê apenas no boicote. Talvez nosso gesto contrário à violência que existe no consumo de produtos que envolvem animais lhe incomode, porque de alguma forma você reconhece um pouco do sangue dos inocentes em suas mãos.
Mas você não poderá seguir com suas piadas e críticas por muito tempo, porque amanhã seremos seu chefe, 
o juiz que dá a sentença , a "autoridade competente", como já somos seus colegas, e muitos já somos seus filhos e no futuro seremos a maioria. Seremos seus netos, os colegas de seus filhos, o filho do político e do grande empresário e estaremos por todo o lado.



Porque você insiste no velho mercado desgastado que só se ocupa de imitar os concorrentes sem mostrar nada novo neste consumo que ratifica a violência? Porque usar o couro se pode ser sintético ou vegetal? Por quanto tempo você acha que o comércio do couro que polui e advém do sacrifício de animais irá se manter?

O que você está fazendo que ainda não produziu um sapato sem couro, ou um doce sem ovos ou leite para ser consumido por vegetarianos e não vegetarianos? Por que você não gasta seu tempo criando produtos e serviços que poderiam lhe render muitos lucros se dirigidos a este público que não aceita a exploração animal ?


Porque você não faz calçados e assessórios para estes que querem consumir sem violência? Porque não fazer cosméticos sem testes ou matéria prima sem  nada de origem animal?


Por quanto tempo você acha que manterá sua escola sem a crítica contundente da sociedade que condena a violência contra os animais? Por quanto tempo você acha que poderá promover o abate de animais para ensinar futuros médicos, dentistas ou veterianários a prática da medicina sem atrair para si a crítica ou mesmo o prejuízo financeiro? Saiba que a medicina veterinária do futuro terá um único e somente objetivo, atender os animais e somente os animais!


E você político, por quanto tempo você acha que vai conseguir se manter no congresso somente com o voto dos pecuaristas?


Por quanto tempo você acha que vai conseguir se manter no poder aprovando leis que provocam ou ratificam o sofrimento de animais inocentes?


Nós somos muito mais articulados, muito mais politizados do que os que apostam na ordem estabelecida que não lhe garante nem a saúde!


Não adianta revogar leis anti-caça, porque estamos de olhos bem abertos e sabemos quem está ali aprovando o sofrimento animal. Para nós religião não autoriza a matar, e o mesmo dizer do “esporte”, e sabemos cada um que tem compactuado com a violência e a exploração animal. Sabemos quanto tempo aquele político ficou com o projeto anti-caça engavetado ou aquele outro que acabava com o confinamento dos animais nos circos sem encaminhar para ser votado. Sabemos de cada voto que têm aprovado a violência, o sofrimento e a escravidão animal. Sabemos o quanto você tem se esquivado de impedir que cavalos morram de exaustão e até de fome para carregar fardos até cairem pelas ruas sem que você, prefeito, autoridade, faça alguma coisa que só você poderia fazer !


Sabemos de sua negligência e de sua disfarçada neutralidade ao favorecer aqueles que maltratam animais.


Não adianta mais lutar contra a realidade, ela está se modificando a sua volta e quanto mais você lutar, mais você vai se sentir inadequado moralmente ao se espelhar em nossa luta contra a covardia. Por quanto tempo ainda você vai resistir e insistir nesta ordem velha que nem vai mais lhe garantir os mesmo lucros de antes?


Também queremos consumir, mas queremos a transparência e nada de crueldade.


O tempo está mais acelerado e lembre-se, seus netos serão vegetarianos e você não pode esperar a falência, o fracasso ou simplesmente a inércia decadente que não lhe garantirá mais o salário, o lucro ou a popularidade.


O adultério não é mais crime, bater em crianças não é mais uma prerrogativa dos pais e pode levar à prisão. O mesmo está acontecendo com a cultura mais arraigada que naturaliza a violência com os animais.


Mesmo que você ache ridículo não comer carne, seus netos serão vegetarianos e terão mesmo dificuldade de comer ao seu lado, porque saberão o que significa aquele pedaço de carne no prato.


É só isto que eu queria lhe dizer. Assim como hoje seu vizinho é vegetariano, ou alguns de seus colegas, muito breve seus netos serão vegetarianos e não vão nem conseguir sentar-se à mesa para comer ao seu lado!







Notas

Notas :
(em função de alguns emails que recebo ):
Para quem não entendeu sobre as leis que não se aplicam a todos os seres humanos. Primeiro leia com a tenção que está no texto, mas caso ainda não tenha entendido eu explico. Se fossem leis científicas teriam que se aplicar a todos os humanos , já que um dos princípios da ciência é o caráter universalista de sua aplicação, mas o que diria a ciência sobre aquelas pessoas que são vegetarianos e mesmo veganos toda a vida ( há muitas gerações como no caso de milhares de hindus na India ) e que são saudáveis a despeito do que dizem alguns médicos e nutricionistas ? (Felizmente não são todos os médicos e nutricionistas que dizem isto).
Algumas pessoas falam também que deveríamos respeitar os vegetais. Claro que devemos respeitar, tanto que podemos plantá-los e não podemos esquecer que os que comem as vacas comem também os vegetais que queriam que respeitássemos, que são os vegetais que as muitas vacas comem enquanto a Floresta Amazônica e o Cerrado são devastados para alimentar bem menos gente do que seria se plantássemos só os vegetais . E é lógico que não podemos esquecer que a sensibilidade de uma vaca , dum porco e de um alface são bem diferentes !
Uma nota para os que funcionam com uma certa lógica apegada a certos princípios, mais do que a ética que eu quis rebater no meu texto e se apegam a certos pressupostos a ponto de acrescentarem ao meu texto dados e interpretações além das minhas palavras ou mesmo motivações diversas do que são de fato as motivações que me movem e me fazem escrever este texto.
Não estou desenvolvendo uma teoria científica e não estou preocupada em provar nada.Também não estou disputando nada e não quero provar nada. Os paradigmas vigentes é que têm estes pressupostos de superioridade e inferioridade e por isto colocam os animais neste lugar de objeto ou subjugação que permite sua exploração e mesmo a crueldade.Foi esta mesma lógica que criou outras arbitrariedades , violências a minorias , injustiças e muitas desigualdades.
Só quis mostrar uma coisa : o número de vegetarianos está aumentando quer algumas pessoas queiram, gostem ou não !
( E a mesma coisa está acontecendo com leis e políticas que estão libertando e protegendo os animais do sofrimento ao longo dos últimos anos e cada vez mais aceleradamente . Nos últimos anos a legislação tem se dado no sentido da libertação e defesa dos animais, mesmo que algumas vezes recuem um pouco, mas em geral ela avança no sentido da libertação animal).
Um exemplo : há 20 anos atrás tínhamos só 1 restaurante vegetariano em Porto Alegre, hoje já são 22 !
O número de pessoas vegetarianas tem sido cada vez maior. ISTO É UM FATO.
As teorias econômicas já criaram até um nome para nós: somos uma ameça, os radicais verdes ! Ocupamos já o 9° lugar das ameaças a certo mercado !
Tomara que logo possamos ser os campeões !
(Outro exemplo : hoje é proibido circos com animais em várias cidades e mesmo estados !)
As especulações teóricas e discurso científico eu deixo para a ordem estabelecida tecer e se emaranhar em sua própria lógica.
Aliás, coloquei embaixo uns links de fontes diferentes que corroboram com a minha constatação
O que eu escrevo não é para agredir ninguém e não é para esta ou aquela pessoa. Também não me importa o que as pessoas comem ou deixam de comer , mas o meu ativismo e de todos que pensam como eu é no sentido de libertar os animais, a quem vemos em desvantagem e vulneráveis em relação às capacidades e poderio humano.Queremos libertá-los totalmente do sofrimento , injustiça e exploração humana.
-Os veg e os anti-veg :Hoje em dia existem pessoas que se opõem ao nosso vegetarianismo ético e nos atacam.Da nossa parte isto é o que menos importa, ir contra pessoas, estas ou aquelas, mesmo que existam entre nós pessoas que acabem em oposição a outras que pensam diferente. Mesmo que nossa causa nos leve a conflitos muito evidentes e às vezes nada pacíficos, ainda assim não é este nosso foco, atacar pessoas ou grupos.
Entre nós há também diferenças e mesmo divergências, como existem em todos os grupos, mas temos, entre nós os veg, um mesmo ideal.
Não existe nenhuma diferença entre nós veg e os anti-veg, porque somos todos singulares e diversos e em vários aspectos semelhantes em outros diferentes e humanamente cheios de idiossincrasias , mas há algo que nos diferencia radicalmente.
Enquanto os anti-veg estão unidos contra nós, nós estamos unidos pelos animais ; enquanto os anti-veg existem por que existimos e unem-se para nos atacar, nós existimos porque não aceitamos a exploração dos animais.





Resposta de Ativista !



Resposta àqueles que nos acham inoportunos em nossos protestos contra a exploração animal.(Revisto e editado.)




Disseram na Assembléia Legislativa do RS que nós ativistas vegetarianos éramos inoportunos. Sim, nossas atitudes são inoportunas para muita gente, como em outros tempos outras atitudes causaram estranheza. Foi assim quando as mulheres saíram às ruas pedindo espaço e direitos políticos, ou quando trabalhadores exigiram novos direitos e tem sido assim a cada transformação cultural. Muitos outros exemplos poderiam ser citados para mostrar que estamos diante de uma grande transformação cultural. (Isto aparece no seguinte link : Manifestações de ONGs sobre animais em Esteio são inoportunas, do dia 18/08/2008)


Não queremos agredir, mas temos uma causa. Estamos aprendendo a construir um mundo diferente daquele que temos vivido onde os animais são vistos como objetos de consumo humano. Também estamos aprendendo a criar espaços num mundo que ainda não nos reconhece e não somos uma unidade entre nós, porque ainda não temos um espaço neste universo cultural que compartilhamos e porque somos todos singulares. Mas dentro de nossa pluralidade há um consenso: animais foram feitos para serem livres e não para serem explorados e sacrificados pelos humanos. Como os animais não podem se defender da escravidão e exploração, muitas vezes cruel a que têm sido submetidos, nos unimos neste ideal pelos animais e não contra aqueles que agem e pensam diferente de nós. Apenas queríamos que a humanidade assumisse sua responsabilidade para com estes seres mais vulneráveis e para com a natureza degradada e modificasse sua postura de dominação.


Seria mais fácil se pudessem também nos ouvir e compreender e ver que temos uma causa libertária e queríamos que entendessem que nosso alvo é acabar com o sofrimento de seres inocentes e indefesos e não criar novas disputas ou mesmo celeumas. Fazemos parte deste mundo “não-vegetariano” e sabemos como é a ótica antropocêntrica (especista) na qual o mundo ocidental está calcado. Agora pedimos que vejam a nossa ótica e entendam porque agimos assim. Se não estivesse em jogo a vida de animais inocentes agiríamos diferente. Na realidade não nos importamos com os hábitos dos outros, mas gostaríamos de acabar com o sofrimento dos animais, que são mais indefesos, por isto nossas ações. Elas não estão relacionadas diretamente ao que as pessoas fazem ou deixam de fazer, mas ao que acontece a animais que são injustamente explorados e maltratados.


Lamentamos que alguns nos vejam como numa disputa de ideais ou de qualquer tipo. Também estamos aprendendo a construir outro espaço onde nossos hábitos possam ser recebidos e respeitados e estamos aprendendo a criar este espaço, o que nem sempre é fácil para todos. Muitas vezes somos agredidos simplesmente por sermos diferentes, num mundo que ainda não aprendeu a nos respeitar e incluir. Somos apenas uma minoria que gostaria de não mais ver seres indefesos sofrendo para satisfazerem necessidades humanas. Não queremos desrespeitar ou agredir ninguém; nosso foco é livrar os animais do sofrimento que causamos a eles na busca do bem-estar humano.


Na realidade queremos é defender um ideal de respeito a todos e não agredir ninguém, mas estamos vivendo uma crise de paradigmas e é provável que muitos nos vejam com estranheza e preconceito por conta de uma lenta transformação cultural que ainda não se processou. Saibam que nossa intenção não é agredir e sim ganhar um espaço e defender um ideal de respeito e mesmo dignidade inclusiva aos animais. Tampouco queremos impor uma forma de vida ou visão de mundo. Entendam que nossas ações são por causa dos animais e não por causa do que outras pessoas fazem ou pensam ou deixam de fazer, mas isto nos leva a um confronto inevitável. Este é o começo de um novo caminho, desconhecido ainda por todos, que é a construção de uma nova forma de viver na natureza e de uma nova forma de conceber a relação do homem com os demais animais e a natureza. Isto pode gerar um conflito entre os que pensam diferente, mas o ideal de libertar os animais do sofrimento nos leva a prosseguir. Estamos neste conflito sendo agentes de uma grande mudança. Nosso único objetivo é a libertação dos animais da crueldade e da exploração humana.


Nota: Caso alguém se sinta diminuído ou comparado a animais, é preciso reforçar que não comparamos os humanos aos animais, apesar de sermos todos animais, mas estes exemplos ilustram a resistência que existe diante de novos paradigmas. Tampouco partimos da lógica que dá menos valor a alguns seres ou pessoas, por isto esta comparação não faz parte de nosso discurso. Valorizamos a singularidade de todos na natureza e não partimos da lógica que cataloga hierarquicamente as pessoas ou demais seres. Partimos da idéia de que todos são importantes por serem exatamente como são, animais, seres humanos ou grupos de pessoas. Não nos reportamos a alguns indivíduos ou grupos como superiores ou inferiores, mais ou menos evoluídos, mais ou menos importantes. Esta ótica de hierarquias entre os seres (animais ou pessoas) é um dos princípios desta lógica de exploração e exclusão que tem engendrado o preconceito e arbitrariedades que têm sido a base das grandes injustiças sociais e também da exploração e crueldade para com os animais. Há violência nestes princípios e não somos adeptos da violência com nenhum ser. Queremos é a harmonia e o bem-estar de todos. Para nós não há pessoas de “segunda categoria”, nem animais com menos valor que justifiquem seu uso ou “descarte”. A mudança de paradigma que se apresenta agora é a idéia de que o homem não só não é o centro de todas as coisas, como tampouco a natureza e o universo foram feitos para nos servir ou para serem usados por nós. Cabe ainda lembrar que o respeito à natureza faz parte destes princípios e sustentamos os princípios e práticas ecológicos que dêem conta da preservação e proteção do meio ambiente como um todo. O paradigma do qual somos porta-vozes nestas manifestações traduz, além do respeito aos animais, a idéia de que o homem participa do universo como tudo e todos e tudo está conectado entre si harmoniosamente. A postura de dominação que o homem tenta impor a tudo e a todos não somente é eticamente ultrapassada como tem sido responsável pelo grande desequilíbrio que estamos vivendo na natureza e mesmo em outros grandes conflitos da nossa atual civilização. O respeito aos animais faz parte de outra ética, de outra lógica, de outra forma de nos posicionarmos no universo, como participantes responsáveis e por isto capazes de preservar a natureza e a harmonia que temos afetado neste lugar de dominação. E esta é a tônica de nossas manifestações, porque nos opomos à exploração que domina e subjuga os indefesos.


Porto Alegre, 23 de agosto de 2008.
Eliane Carmanim Lima
CRP 07/04567


Algumas notas posteriormente escritas que cabem ser apresentadas a partir de comentários feitos sobre nossos hábitos:


1- Existem grupos pela causa animal ou vegana mais radicais em suas ideologias e práticas, mas nenhum é adepto da violência para com animais ou seres humanos. E gostaríamos de sugerir que duvidassem de que ações que contenham atos de violência em nome da libertação animal ou de grupos com estas propostas. Isto ou provêm de pequenos grupos ou pessoas isolados e não em nome de grupos organizados que defendem a causa animal e poderiam mesmo vir da má fé daqueles que nos vêem como ameaça a seus interesses. Defensores de animais são pacíficos e pregam a não-violência entre todos os seres!Defensores de animais, vegetarianos, defensores de direitos dos animais e veganos não pregam a violência e focam suas ações em construir um mundo de paz e respeito entre todos os seres.


2-Não é verdade que toda a humanidade se alimente de carne desde sempre como foi dito na Assembléia do RS. Há povos que historicamente não se alimentam de carne como os hindus na Índia. Os hindus correspondem a 60 % da população indiana e é uma população milenar que não se alimenta de carne e esta religião e filosofia prega a não-violência para com os animais. É preciso lembrar que a população indiana é superior a um bilhão de habitantes, então 10 % da população indiana corresponde aproximadamente ao total da população brasileira! Não podemos ser etnocêntricos e excluir esta importante fatia da humanidade e outros que já eliminaram a carne da alimentação e dar a dieta não-vegetariana como padrão a ser seguido por todos. Pedimos que seja respeitada nossa opção que é mais do que uma escolha alimentar como nos faculta a Constituição, assim como o direito de manifestação de acordo com as exigências de nossa consciência . Por isto reforçamos que não é a humanidade toda que se alimenta de carne. E por isto escrevemos esta resposta para que nos compreendam! Apesar de sermos brasileiros e brasileiras com os mesmos direitos dos demais cidadãos e esta ser uma importante questão de consciência para nós, a escolha por não consumir produtos de origem animal, ainda não é atendida pela legislação brasileira, já que ela ainda não nos faculta saber exatamente o que consumimos nos alimentos, cosméticos e outros produtos. Descobrimos a duras penas que muitas vezes estamos ingerindo até mesmo carne em alimentos e bebidas que não apresentam no rótulo a real procedência da matéria prima utilizada na composição de seus componentes.


3-Tampouco é verdade que o consumo de carne esteja aumentando. O que tem aumentado é a população mundial e com isto o número de indivíduos para serem alimentados e por esta razão mais carne é consumida. A proporção de vegetarianos no mundo está aumentando visível e significativamente no mundo inteiro e mesmo no Estado do Rio Grande do Sul de tradição gaúcha, tradição esta que não é cultuada por todos os segmentos da população gaúcha. Em Porto Alegre há aproximadamente 30 estabelecimentos vegetarianos e este número cresce rapidamente. Há 20 anos atrás existia tão somente um único restaurante e muitas pessoas que não são vegetarianas também têm se aliado à dieta vegetariana sem verem no vegetarianismo um problema e muito menos um retrocesso !
Assim como outras tradições já foram modificadas muitas outras serão modificadas, porque este argumento da inércia da tradição não é razão suficiente para manter-se o hábito que permite a exploração animal. (Há inúmeros exemplos que não cabem ser levantados aqui de hábitos culturais chamados de “tradição” que já se modificaram). O fato de um habito ser milenar não é razão suficiente para ser perpetuado e muito menos podemos considerar comer carne como um avanço da civilização. Isto é no mínimo contraditório, porque mostra que é um hábito que remonta o tempo em que não havia a cultura que hoje temos, seja no aspecto tecnológico, como ético. Se é antigo não quer dizer que seja um avanço, ao contrário, mostra que é um hábito do tempo em que a humanidade não tinha muitos recursos tecnológicos e porque não dizer , civilizatórios.


E não há retrocesso nenhum em deixar de usarmos os animais para consumo, nem para a alimentação. O fato de algumas pessoas quererem excluir o uso de animais na alimentação e em outras áreas de consumo em suas vidas mostra uma mudança cultural que é baseada em outros princípios e mesmo outros conhecimentos a respeito de saúde, degradação ambiental e otimização da terra e água para alimentação de um maior número de pessoas, bem como outra ética. E a pecuária não é a melhor forma de garantir alimentos, saúde e equilíbrio ecológico. Retrocesso seria persistir investindo no uso de animais para alimentação e vestuário e outras áreas do consumo humano, principalmente quando já temos condições de saber que alimentos vegetais alimentam muito mais pessoas degradando muito menos a natureza com um uso muito menor de terra e água, sem contar que garantem a saúde e qualidade de vida daqueles que aderem a esta dieta. E para nós é retrógado o uso indiscriminado dos animais para o consumo humano da forma como é feito por nossa cultura ocidental. Resta dizer que repudiamos totalmente o uso dos animais como forma de “diversão” como é feito nos rodeios e no que nos diz respeito: no “Freio de Ouro”!


Reforço que esta carta foi no sentido de mostrar porque nos opomos a esta cultura e não para nos opormos às pessoas que pensam desta maneira. Não é a estas pessoas que chamamos de retrógadas, mas a cultura que insiste nestes hábitos. Há aqui um apelo cultural muito forte como houve com outros hábitos que foram erradicados de nossa cultura e compreendemos isto. Nossas manifestações são para acelerar a mudança e para que outras pessoas libertem-se do longo condicionamento cultural de que têm sido sujeitos (ou sujeitados). Queremos a libertação dos animais da exploração animal e a liberação do condicionamento humano que prega o uso dos animais no consumo humano. Nosso objetivo não é agredir, atacar, hostilizar, nem desvalorizar ninguém é apenas defender quem não pode se defender da exploração e do sofrimento.


4- Resta dizer que não se trata de “um grupo de vegetarianos” que protesta contra a Expointer, mas um grupo de pessoas (ou mais de um grupo de pessoas) que se opõem à exploração animal e como somos coerentes não usamos animais também na alimentação. Em nossos grupos há também uma grande diversidade, somos professores, cientistas, psicólogos, médicos, advogados, promotores, estudantes, jornalistas, veterinários, biólogos, servidores públicos, e muitos outros, enfim pessoas conscientes de suas escolhas e atitudes. Somos é um grupo de pessoas que protestam contra a exploração animal, por isto nos tornamos vegetarianos e não o contrário!


5-Hoje em dia existem pessoas que se opõem ao nosso vegetarianismo ético e nos atacam.
Da nossa parte isto é o que menos importa, ir contra pessoas, estas ou aquelas, mesmo que existam entre nós pessoas que acabem em oposição a outras que pensam diferente. Mesmo que nossa causa nos leve a conflitos muito evidentes e às vezes nada pacíficos, ainda assim não é este nosso foco, atacar pessoas ou grupos.
Entre nós há também diferenças e mesmo divergências, como existem em todos os grupos, mas temos, entre nós os veg, um mesmo ideal.
Não existe nenhuma diferença entre nós veg e os anti-veg, porque somos todos singulares e diversos e em vários aspectos semelhantes em outros diferentes e humanamente cheios de idiossincrasias , mas há algo que nos diferencia radicalmente.
Enquanto os anti-veg estão unidos contra nós, nós estamos unidos pelos animais ; enquanto os anti-veg existem por que existimos e unem-se para nos atacar, nós existimos porque não aceitamos a exploração dos animais.


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Os Veg e os anti-Veg (ou um vegetariano incomoda muita gente,..)

Hoje em dia existem pessoas que se opõem ao nosso vegetarianismo ético e nos atacam.
Da nossa parte isto é o que menos importa, ir contra pessoas, estas ou aquelas, mesmo que existam entre nós pessoas que acabem em oposição a outras que pensam diferente. Mesmo que nossa causa nos leve a conflitos muito evidentes e às vezes nada pacíficos, ainda assim não é este nosso foco, atacar pessoas ou grupos.
Entre nós há também diferenças e mesmo divergências, como existem em todos os grupos, mas temos, entre nós os veg, um mesmo ideal.
Não existe nenhuma diferença entre nós veg e os anti-veg, porque somos todos singulares e diversos e em vários aspectos semelhantes em outros diferentes e humanamente cheios de idiossincrasias , mas há algo que nos diferencia radicalmente.
Enquanto os anti-veg estão unidos contra nós, nós estamos unidos pelos animais ; enquanto os anti-veg existem por que existimos e unem-se para nos atacar, nós existimos porque não aceitamos a exploração dos animais.

Não acabem com as tradições !