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julho 30, 2015

4 coisas que aprendi quando parei de comer carne

1. Nós não temos ideia do que ingerimos
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  Responda rápido: De onde veio a carne que está no seu prato agora? Como foi criado o animal que você está comendo? Qual a quantidade de hormônios que foi inserida neste animal? Quais são suas reais propriedades nutricionais? Há quanto tempo esta carne está disponível? E em quanto tempo ela será digerida pelo seu organismo? Quais são os efeitos desta e das outras carnes que você ingere em seu corpo, mente e espírito?  Qual parte da carne você ingeriu? Quantas porções de carne você come por dia? Quantas porções seriam necessárias para alimentar a população do mundo, caso ela comesse o mesmo tanto de carne que você? Com o que este animal foi alimentado? Quanta comida (vegetal, ração, etc) foi necessária para alimentá-lo? Isso tudo faz parte daquilo que ingerimos, e, muitas vezes, nós não nos preocupamos com essas respostas. Comer carne sem fazer ao menos algumas dessas questões é mais um reflexo dos hábitos superficiais e automatizados da nossa sociedade, afinal, para quê saber de onde vem, como vem ou para onde vai? Nós vemos o ato de se alimentar quase como um ritual orgástico em que o prazer é o que importa, ou seja, se o gosto é bom… tanto faz! A falta da carne me fez pensar mais e melhor. Sabe, se nós cortássemos a carne do cardápio, boa parte do mundo não passaria mais fome pois toda a água, área e alimento dado aos animais – que serão mortos – seria usado para os homens e um grande espaço seria liberado para que a gente pudesse comer alimentos variados que nos nutririam mais que a carne.

2. Mais leve, mais disposta e mais consciente

Assim foi como eu me senti no período em que eliminei a carne da minha rotina alimentar. Você não precisa parar de comer carne por um longo período para perceber isso, experimente aderir ao movimento da “Segunda sem carne” e apenas sinta. A verdade é que a carne é pesada demais e quem a come tem uma digestão muito mais demorada, por isso, a equação é simples: sem carne a digestão é rápida e o corpo fica automaticamente mais leve e mais disposto. Isso seria óbvio se a gente parasse para pensar em como as coisas são feitas… O bicho come o vegetal e a gente come o bicho, então o nosso estômago vai absorver os nutrientes já digeridos por ele, ou seja, não consumimos direto da fonte e até nossa digestão se torna preguiçosa. Além disso, nós esquecemos da carnificina que é praticada quando vamos comer churrasco na casa do fulano. Por que tanta gente carnívora se nega a ver aqueles vídeos horrendos de como são os abatedouros? Talvez porque seja mais fácil sentir o sabor sem tomar consciência do processo como um todo.

3. A vida é repetitiva e insuportavelmente restrita com a carne

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Se você come fora, principalmente no almoço, sabe que suas opções são: 1 tipo de folha, 2 tipos de vegetais, 1 tipo de grão, 5 tipos de massas e infinitos tipos de carne e seus derivados. Ao parar de comer carne você quebra a rotina e tira o seu cérebro dos movimentos automatizados, por isso passamos a prestar mais atenção no que ingerimos, e isso, invariavelmente, nos estimula a perceber os efeitos de cada alimento em nosso corpo. Paramos de obedecer aos desejos e repetir os estímulos. Então começa uma jornada infinita em busca de outros nutrientes, novos sabores e comidas ainda não exploradas. São tantas opções que a gente nem sabe que existe. Amigo, vou te contar, você não faz ideia do tamanho desse mundão.

4. Não, não é uma questão de sobrevivência; não, nós não estamos no centro do universo e nem no topo da cadeia alimentar

Se você estivesse perdido no meio da selva com o seu cachorrinho e com muita fome, comeria ele? Não? Oras, mas ele é um animal, nós não estamos no topo da cadeia alimentar? Então porque come a vaca? Ou o porco? Ou a galinha? Ou o peixe? Ou o presunto, bacon, peito de frango? Creio que a carne me embrutece e por isso defendemos que tudo é “direito”, tudo é “sobrevivência”. Veja bem, eu quase não comia carne vermelha, mas adoro comida japonesa e sou apaixonada pelo gosto de um peixinho. Mas, sinceramente, você já tentou olhar nos olhos do peixe/vaca/porco como olha nos olhos do seu “pet de estimação”? Tente. E entenda: eles sentem e eles sabem. “Ah, mas e o vegetal, não sente?” Então entra uma outra questão já apontada pelos cientistas, de que os vegetais não sentem dor pois não possuem sistema nervoso. Eu adoro a ciência, mas não sou refém dela, acredito no que eu quero. Por ter visto tantos experimentos com plantas não acredito que não sintam as coisas, mas acredito que o reino vegetal tenha uma noção de “vida” menos egoísta que a nossa. Para eles, a morte não existe se a oportunidade da vida é dada logo em seguida. Só podemos matar o reino vegetal de algum local quando eliminamos a possibilidade de vida por ali. Se uma semente é capaz de dar origem a outra árvore e o o cocô pode virar adubo eu acredito que um dia teremos um sistema inteligente em que só os cocôs dos vegetarianos irão voltar para a terra e adubar lindos campos para fazer nascer mais vegetais, frutas e folhas por aí. Pode ser loucura da minha cabeça, mas eu prefiro acreditar nisso do que acreditar que alguns bichos foram feitos para morrer.

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