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fevereiro 05, 2011

Perguntas frequentes e mitos sobre veganismo


Eu até entendo suas razões mas ser vegano é difícil demais!

Ser vegana não tem nada de extraordinário, dificil é ter força pra deixar de fazer parte da maioria e encarar as dificuldades cotidianas ligadas a essa escolha. Contrariamente ao que os não-vegatarianos possam imaginar, a dificuldade maior não é equilibrar minha alimentação pra não desenvolver nenhuma carência. Isso até que é bem simples. Dificil é viver em uma sociedade onde nada é adaptado pros vegetarianos (imagine pros veganos, então!), onde as pessoas nos consideram “loucos” ou “irresponsáveis” e onde nem nossos amigos e parentes aceitam nosso modo de vida, tentando nos convencer de que estamos errados. A boa notícia é que, enquanto nosso país continua na Idade Média do veganismo, outros lugares do mundo estão a anos luz na nossa frente e não sό têm uma compreensão/aceitação muito maior do assunto, como dispõem de inúmeras opções veganas seja nos supermercados, lojas de produtos naturais, lanchonetes ou restaurantes. À medida que a população vegana aumenta no Brasil, a indústria alimentícia começa a prestar mais atenção nesse grupo de consumidores e as opção vão aumentando. O futuro é verde!


Os humanos são naturalmente carnívoros, faz parte da natureza humana comer carne.

Será? Vamos comparar algumas características básicas dos carnívoros e herbívoros.
CaracterísticasCarnívorosHerbívoros
Extremidades dos membrosgarrasmãos ou cascos
Dentesafiadosretos
Intestinoscurtoslongos
Regulação térmicarespiração ofegantetranspiração
Maneira de beberusando a línguadando goles
Vitamina Cfabricada pelo corpounicamente através da alimentação
A fisiologia humana é vegetariana, assim como a dos nossos parentes mais prόximos, os macacos grandes. A estrutura da pele, dos dentes, do estômago e intestino, o comprimento do sistema digestivo, a composição da saliva e ácidos estomacais, etc, são tipicamente vegetarianos. Humanos possuem maxilares pequenos, de força média, seus caninos têm o mesmo tamanho que os outros dentes e seus molares não são capazes de devorar carne sem que antes ela tenha sido cozinhada. Há muito tempo atrás na histόria da humanidade utilizamos nosso incrível cérebro pra criar ferramentas que ultrapassaram nossas limitações fisicas e nos tornaram capazes de matar animais e consumir sua carne. Nós viramos onívoros por hábito, embora alguns povos da Terra continuem sendo vegetarianos. Mas nossa fisiologia, apesar de ter se adaptado a digerir grandes quantidades de carne, continuou fiel às suas origens vegetarianas. Não acredita em mim? Então vamos ver o que o redator chefe da revista científica “American Journal of Cardiology”, o doutor W. Collens, escreveu em 1990:
“Embora os seres humanos comam carne não somos carnívoros, somos feitos para comer legumes, frutas e amidos. Carnívoros não desenvolvem aterosclerose, independente do seu consumo de gordura; é praticamente impossível, por exemplo, induzir aterosclerose em cães, mesmo acrescentando 100g de colesterol e 120g de manteiga na sua porção diária de carne. Em contraste, os herbívoros desenvolvem rapidamente aterosclerose quando alimentados com produtos destinados naturalmente aos carnívoros, como gorduras e colesterol. A simples adição de 2g de colesterol na ração diária de um coelho por dois meses leva à impressionantes alterações lipídicas em suas artérias. Os seres humanos são, como coelhos, naturalmente herbívoros, não carnívoros como cães ou gatos.
Embora nós pensemos que somos carnívoros, e nos comportemos como tais, somos naturalmente herbívoros. Quando matamos animais para comê-los, são eles que acabam nos matando porque sua carne contém colesterol e gordura saturada, que não são feitos para nós. Os seres humanos são herbívoros por natureza.”
Quer saber o que o grande naturalista Charles Darwin pensava sobre o assunto?
“A classificação das formas, das funções orgânicas, dos hábitos e dos regimes alimentares mostrou de maneira evidente que a alimentação normal do homem é vegetariana, como a dos macacos antropóides. Nossos caninos pouco desenvolvidos não nos são destinados a entrar em competição com animais selvagens ou animais carnívoros.”
O homem não tem dentes pontudos nem garras afiadas pra matar sua presa. Suas mãos são feitas pra colher frutas e legumes. Sem ferramentas isso passa a ser evidente. Podemos imaginar a dificuldade que teríamos pra caçar, matar e comer um coelho (uma vaca então !) cru e comparar com a facilidade de colher frutas e legumes e consumí-los crus. Um teste simples pode provar isso. Quando você estiver com muita fome se pergunte: você tem alguma vontade de caçar, matar e comer um animal ? Se você fosse um verdadeiro carnívoro, digamos, um leão, você teria.

Mas os nossos antepassados se alimentavam de carne!

Depende de quem você considera ser seu antepassado. Nós somos mamíferos e os ancestrais dos mamíferos comiam… insetos. Já os ancestrais dos homens tiveram regimes variados, segundo os diferentes períodos da Historia. Os primeiros humanóides apareceram há 24 milhões de anos e se alimentavam exclusivamente de frutos. Com a chegada dos australopitecus, há 5 milhões de anos, o consumo de carne foi aos poucos se instalando. Há 12 mil anos, durante o período Mesolítico, a diminuição da caça acabou quase que completamente com o consumo de carne pelos homens. À partir do período Neolítico, o sedentarismo e a revolução na agricultura favoreceu o aumento do consumo de carne. A História nos mostra que o homem é capaz de adaptar seu regime alimentar mas “adaptação” não significa “adequação”. Depois de milhões de anos de evolução humana seria absurdo pregar que o correto é se comportar como os homens da idade da pedra. Já imaginaram sair arrastando mulheres pelos cabelos por aí?

E as proteínas? Sό existe proteína na carne. (ou então) Não tem todas as proteínas que precisamos nos vegetais, tem proteínas essenciais que sό são encontradas nas carnes.

A natureza está cheia de proteίnas vegetais. Sim, proteína vegetal existe! Veja alguns exemplos:
PROTEINA (pra 100g)
Proteina texturizada de soja (carne de soja)51g
Extrato de soja (leite de soja)43g
Levedura de cerveja43g
Gérmen de trigo29g
Amendoim23g
Carne vermelha20g a 22g
Feijão20g a 22g (depende do tipo de feijão)
Grão de bico18g
Castanha de caju18g
Aveia em flocos13,5g
Corn flakes (cereais de milho)12g
Clara de ovo (cozida)10g
Milho9,4
Pão7g a 9g (depende do tipo de pão)
Lentilha (cozida)9g
Granola8g
Cuscuz8,8g
Iogurte8g
Ervilha6,5g
Macarrão (cozido)5g
Milho4,1g
Abacate4g
Batata (cozida e com casca)4g
Banana passa4g
Espinagre3g
Arroz branco2,7g
Esses são alguns exemplos, mas existe uma infinidade de alimentos ricos em proteínas. Na verdade, carência de proteína é algo que praticamente não existe no mundo (com excessão dos países devastados pela fome), o que vemos na maior parte do tempo é um excesso de proteína. Os nutricionistas fizeram os cálculos: nόs precisamos de 0,8g de proteína por quilo de peso corpόrio. Uma pessoa que pesa 55kg precisa de 44g de proteína por dia. Pela tabela dá pra notar que não é difícil atingir esse número com uma alimentação exclusivamente vegetal.
As proteínas são formadas por blocos menores, os aminoácidos. A carne possui todos os aminoácidos, sendo considerado uma proteína completa. É verdade que os vegetais não possuem todos os aminoácidos em um mesmo alimento, com algumas excessões (soja e quinoa, entre outros, são proteínas completas). Porém, a combinação de vegetais de grupos diferentes garante a ingestão de todos os aminoácidos. Nem precisa ser na mesma refeição, é só incluir alimentos variados na sua alimentação diária. Parece complicado mas na prática é bem simples, basta combinar um cereal com um grão e pronto, você tem uma proteína completa. Por exemplo, nosso feijão (grão) com arroz (cereal) diário é uma proteína completa.

Eu malho/faço esporte e preciso de uma alimentação rica em proteínas, logo não posso ser vegetariano, muito menos vegano.

Já vimos que precisamos de 0,8g de proteína por quilo de peso corpóreo. Uma pessoa que pratica esportes pode aumentar um pouco esse número mas é bom ter cuidado com o excesso de proteína. Diversos estudos mostraram que os brasileiros estão ingerindo mais proteínas do que o recomendado. Nos EUA, cada americano ingere de 2,5 a 4 vezes mais proteínas do que deveriam! Excesso de proteína é prejudicial à saúde. Uma passagem do site de nutrição clinica “Nutritotal” explica: Quando há excesso de proteína na circulação sangüínea, esse nutriente será degradado e depois armazenado na forma de gordura, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardíacas. Além disso, uma alimentação com altas concentrações de proteínas limita a ingestão de outros nutrientes essenciais, necessários para o organismo humano suprir a quantidade energética diária, pois, na maioria das vezes, a dieta deixa de ter variedade de alimentos. Outro agravante é que o consumo em excesso de proteína causa amento da excreção de cálcio e, portanto, diminui a utilização desse mineral.”
Existem muitos atletas veganos. Tenistas, jogadores de futebol, triatletas, alterofilistas, lutadores de boxe, levantadores de peso… Esses atletas conseguem obter όtimos resultados em competições de nível internacional com uma alimentação exclusivamente vegetal. Um dos melhores exemplos é o americano Scott Yurek, uma lenda das ultramaratonas. Ele ganhou sete vezes consecutivas (e quebrou o recorde da prova em 2004) a ultramararona mais prestigiosa do mundo, Western States 100 miles, e ganhou duas vezes a ultramaratona mais difícil do mundo, Badwater Ultramarathon (217 km de corrida entre o Vale da Morte e o Monte Whitney, nos EUA, em temperaturas que chegam a 54° celcius!). Se Yurek consegue fazer tudo isso sendo vegano, você também consegue fazer sua caminhada diária ou frenquentar a academia sem passar mal. Muito pelo contrário, seu rendimento sό vai melhorar.

E o ferro? Só existe ferro na carne e vegetarianos/veganos devem ser todos anêmicos. Eu conheço um vegetariano que é tão amarelo, coitado. Só pode ser anemia.

Mais uma vez, existe, sim, ferro nos vegetais. Alguns exemplos:
FERRO (para 100g)
Semente de abobora15 mg
Gergelim14,5 mg
Cacau12mg
Pasta de gergelim9 mg
Semente de girassol7 mg
Salsinha6 mg
Linhaça6 mg
Castanha de caju6 mg
Damasco seco4,5 mg
Amendoim4,5 mg
Avelã4,5 mg
Amendoas4 mg
Aveia4 mg
Pistacho4 mg
Lentilha3,5 mg
Castanha do Pará3,5 mg
Azeitona preta3 mg
Carne3 mg
Feijão, grão de bico2,5 mg
Frutas secas (passas, ameixas, etc)2,5 mg
As necessidades diárias de ferro variam enormemente de acordo com a faixa etária e o sexo (e as fontes). De maneira geral: bebês/crianças de 0,27 a 10mg, adolescentes de 10 a 15mg, homens-9mg, mulheres-18mg, grávidas-25/30mg, mulheres após a menopausa de 8 a 10 mg.
O regime vegetariano puro fornece o dobro da quantidade recomendada de ferro e quase o triplo de vitamina C. A vitamina C melhora a absorção do ferro e consequentemente os veganos sofrem raramente de anemia. Já os vegetarianos precisam tomar cuidado. Eles têm tendência a substituir as carnes por queijos e como leite é muito pobre em ferro, podem sofrer de anemia. Mas um vegetariano/vegano que se alimenta de maneira variada, comendo legumes, frutas, grãos e cereais todos os dias não terá nenhum tipo de carência.
Quanto à cor amarelada de alguns vegs a explicação pode ser outra. O excesso de alimentos ricos em beta caroteno, como cenoura e jerimum, pode alterar ligeiramente a cor da pele, que ganha um tom amarelado.

O ferro encontrado nos vegetais não é bem absorvido pelo corpo. Uma pessoa com anemia tem que comer carne se quiser se curar.

O ferro está presente nos alimentos em duas formas, o ferro heme e o ferro não-heme. A principal diferença entre estes dois tipos de ferro está na forma como cada um deles é absorvido. O ferro heme existe principalemnte nos produtos de origem animal e é absorvido em cerca de 15 a 35%. O ferro não heme, presente nos alimentos de origem vegetal, é absorvido de forma diferente, numa proporção que varia entre 2 e 20%. A maior ou menor absorção de ferro não-heme depende da presença de outros alimentos na mesma refeição. Já vimos que a vitamina C (ácido ascórbico), disponível em frutas cítricas e legumes, é a maior promotora da absorção do ferro não-heme, uma vez que captura o ferro e o mantém na forma ferrosa de modo a poder ser absorvido. Por outro lado, cálcio, fósforo, fibras, tanino (presente no café, chá, chocolate e vinho tinto) e refrigerantes inibem a absorção do ferro.
Algumas pessoas (inclusive da área de nutrição) utilizam informações isoladas (“O ferro não-heme não é tão bem absorvido pelo corpo”) para atacar o vegetarianismo/veganismo e criar mitos infundados como “Ninguém cura anemia sem comer carne”. Essa não é uma atitude inteligente. Nada é absorvido pelo corpo de maneira isolada. Uma pessoa bem informada sabe da importância da “sinergia nutricional”. “Sinergia” significa: “Ação ou esforço simultâneos; cooperação, coesão; trabalho ou operação associados.” Essa sinergia está presente em qualquer processo metabólico do corpo. Pesquisas mostraram que veganos não sofrem mais de anemia que onívoros. Como escrevi mais acima, o regime vegano fornece o dobro da quantidade recomendada de ferro e quase o triplo de vitamina C, o que, no final das contas, acaba suprindo nossas necessidades diárias de ferro. Por outro lado, um onívoro que associa carne com queijo ou creme de leite (pense em todos os cheeseburgers, bifes à parmegiana, lasanhas, pizzas, estrogonofes, etc,) acaba tendo dificuldades pra assimilar o ferro heme (cálcio inibe a assimilação do ferro), mesmo este sendo a priori melhor assimilado pelo corpo.
Dá sim pra curar anemia com um regime exclusivamente vegetal. É só saber se alimentar de maneira inteligente, ingerindo sempre uma fonte de vitamina C junto à fonte de ferro, evitando misturar ferro e cálcio na mesma refeição, cortando o cafezinho depois do almoço… E essas dicas são válidas tanto para vegetarianos quanto pra onívoros. Pra terminar, uma última informação: Christina Pirello, uma chef america, escreveu um livro (“This crazy vegan life”) onde ela conta, entre outras coisas, que sobreviveu a uma leucemia em estado terminal sendo vegana.

Nós precisamos de leite pra ficar saudáveis, principalmente as crianças. Se eu parar de tomar leite e consumir seus derivados como vou fazer pra ter cálcio na alimentação? E a osteoporose?

Os seres humanos são os únicos mamíferos que bebem leite depois de adultos e, mais estranho ainda, que bebem o leite de outra espécie. Isso não é uma prática antiga, nós sobrevivemos durante centenas de milhares de anos sem leite e dois terços da população mundial nem consegue digerí-lo. A intolerância ao leite é a alergia alimentar mais comum que existe. Os sintomas são : asma, eczema, urticária, problemas crônicos do nariz, sinusite, amidalite, cólicas, problemas intestinais, problemas de pele, hiperatividade e depressão. Outro ponto negativo : os derivados do leite são a principal fonte de gordura saturada na dieta dos onívoros (atenção vegetarianos!).
Todo mundo pensa que beber uma grande quantidade de leite é bom pra saúde e a idéia de deixar de consumí-lo causa uma crise de pânico geral! Tudo fruto da propaganda da indústria de laticínios, que há décadas nos « informa » como o leite e seus derivados são saudavéis.
A natureza nos dá a lição: como é que elefantes, animais herbívoros, teriam ossos tão fortes se não existisse cálcio nos vegetais? Os animais mais fortes e robustos são… herbίvoros ! Alguém tem coragem de dizer que gorila, touro, búfalo, hipopótamo, rinoceronte e elefante são fraquinhos ? O que faz com que os carnívoros sejam tão temidos são suas garras, dentes e, principalmente, suas técnicas de emboscada. Um leão sem seus dentes afiados e suas garras não passa de um gatinho enquanto que um elefante mesmo sem presas continua sendo um colosso !
Algumas fontes de cálcio no mundo dos vegetais:
CÁLCIO (para 100g)
Salsinha seca1467 mg
Gergelim975 mg
Tofu683 mg
Repolho (cru)430 mg
Pasta de gergelim420 mg (64 mg/1 tbsp)
Melado280 mg
Amendoas248 mg
Alho181 mg
Castanha do Para170 mg
Salsinha fresca140 mg
Cacau140mg
Feijão branco137mg
Leite de vaca125 mg (300 mg/ 1 copo)
Leite de soja125 mg (300 mg/ 1 copo)
Semente de girassol116 mg
Avelã114 mg
Noz104 mg
Azeitona verde100 mg
Levedura de cerveja100 mg
Passas49 mg
Grão de bico49 mg
Brócolis (cozido)48 mg
Laranja30 mg
Feijão (preto, carioquinha…)20 mg
As necessidades diárias em cálcio variam entre 350mg e 1000mg, dependendo das fontes (há muita controvérsia a respeito da quantidade diária de cálcio que realmente precisamos).
Contrariamente ao que se pensa, a osteoporose não é causada por uma carência de cálcio, ela é causada, principalmente, por um excesso de ácido na alimentação. O corpo utiliza então o cálcio presente nos ossos pra se livrar da acidez. É verdade que os laticínios possuem uma grande quantidade de cálcio mas possuem também uma grande quantidade de proteínas, o que causa o excesso de acidez que rouba o cálcio, e outros minerais, do corpo. Por isso, por mais irônico que isso possa parecer, as populações que ingerem a maior quantidade de leite são também as que mais sofrem de osteoporose. Os veganos sofrem menos de osteoporose. Eles ingerem menos proteínas que os onívoros e as proteínas vegetais têm uma qualidade melhor que as animais. Com uma ingestão de somente 75g de proteína por dia se perde mais cálcio na urina do que o que é absorvido através da alimentação. Várias pesquisas confirmam que quanto mais proteína se ingere, mais cálcio se perde.
Também foi demostrado que o consumo de laticίnios aumenta o risco de certos cânceres (principalmente de próstata, de mama e de ovário), doenças cardíacas, mal de Alzheimer e de Parkinson.
Como se isso não fosse suficiente, um estudo recente mostrou que o leite acumula um tipo de toxina, chamada zearaleona, que impede a apoptose, ou seja, a morte celular dos tumores cancerígenos. O leite contém naturalmente hormônios que favorecem os cânceres (estrogênio, progesterona, cortisol, etc), é um concentrado de poluentes (dióxidos, pesticidas, etc) que são igualmente cancerígenos, contém também aceleradores de cancerização (hormônio de crescimento) e, por causa da zearaleona, ainda impede o organismo de combater o câncer.
Acham que as crianças são quem mais precisam de leite? Leite faz nosso corpo criar muco e pode causar problemas como tosse crônica, sinusite, asma e infecções do ouvido. Segundo um estudo do American Academy of Allergy and Immunology Commitee, as alergias de mais de um terço das crianças testadas desapareceram completamente depois que o leite foi tirado de suas dietas. O pediatra mais famoso do mundo, Benjamin Spock , escreveu no seu livro “Baby and Child Care”: ” Leite de vaca não é recomendado a uma criança doente, aliás nem a uma criança sadia. Laticínios podem causar mais muco e mais desconforto quando se tem uma infecção respiratória.” 
O cálcio é indispensável a uma alimentação saudável mas pensar que cortando o leite e seus derivados sua dieta fica sem esse mineral é um mito sem fundamento. Pior ainda é pensar que as crianças não podem sobreviver sem leite de vaca e entupí-las de laticínios, quando estudos científicos provam que o leite é responsável por uma boa parte das doenças infantis (e nos adultos também).
Os únicos seres que têm realmente necessidade de leite de vaca são os bezerros. O leite é perfeitamente adaptado às necessidades deles, não às nossas. Lembrem-se: o cálcio é fundamental, não o leite.

Diminuir ou parar de comer carne vermelha não seria suficiente?

Não se você quer melhorar sua saúde. Você acha que sό a carne vermelha faz mal? Dê uma olhada na quantidade de gordura presente nos alimentos considerados “saudáveis/magros” e em seguida compare com a gordura presente em alguns alimentos vegetais. (fonte: “Tabela de composição de alimentos” do Instituto Nacional de Saúde, Portugal)
100g de salmão grelhado: 23g de gordura
100g de frango assado: 14,3g gordura
100g de robalo grelhado: 13g de gordura
100g de sardinha grelhada: 12,3g de gordura
100g de atum cru: 4,9g gordura (13g se for em conserva!)
100g de queijo branco: 15,5g gordura
100g de ovo (cru): 10,8g de gordura
100g de iogurte de frutas: 3,2g gordura
100g de feijão branco cozido: 0,5g gordura
100g de lentilha cozida: 0,3g gordura
100g de tomate: 0,3g de gordura
100g de manga: 0,2g de gordura
100g de mamão papaia: 0,1g de gordura
100g de cenoura (crua): 0g de gordura
100g de batata (assada/cozida): 0g gordura
Na sessão “Porque veg” você encontra as informações necessárias pra responder essa pergunta do ponto de vista ético e ambiental.

Mas peixe é muito saudável! Alguns nutrientes essenciais só são encontrados nos peixes.

A carne dos peixes e frutos do mar consumida hoje em dia está contaminada com produtos tóxicos que causam câncer e degeneração cerebral. Também é a comida que tem mais chances de ter sido contaminda com bactérias.
Peixes vivem em águas tão poluídas que você nunca teria coragem de bebê-la. No entanto, você come os peixes que vivem nessas águas. O corpo do peixe absorve todos os elementos tóxicos (bactérias, metais pesados, etc), e esse veneno passa pro seu corpo quando você ingere o peixe. A concentração de produtos nocivos fica ainda maior quando se consome peixes grandes (como atum) pois eles absorveram também toda a química presente nos peixes pequenos, que são a base da sua alimentação.
Por causa da poluição industrial nos mares e rios, a carne de peixe contem PCB, uma substância quίmica que causa danos no fίgado e sistema nervoso, dióxidos, que causam câncer, substâncias radioativas como estrônio 90 e outras substâncias perigosas como mercúrio, chumbo, arsênio e cromo que causam uma infinidade de doenças, entre elas problemas no fίgado e tumores no cérebro. Essas toxinas entram no nosso corpo através dos peixes e permanecem lá durante décadas. É importante observar que peixe é a maior fonte de exposição humana ao mercúrio. Esse metal é conhecido por causar danos cerebrais, perda de memória, tremores, abortos espontâneos e problemas no desenvolvimento do feto.
O ômega 3 e 6, que são tão bons pra saúde e que encorajam tanta gente a comer peixe, podem ser encontrados em outros alimentos. Sementes de linhaça, nozes e sementes de abóbora são boas fontes de ômega 3 e 6. Logo, além de poder em certos casos representar um perigo pra saúde humana, peixe não é indispensável.

As plantas são seres vivos. Elas também sofrem!

Vou deixar o pessoal do Gato Negro, um grupo de defesa dos direitos dos animais, responder essa pergunta.
“Claro que são seres vivos mas não são seres sencientes. As plantas não são capazes de sentir dor ou prazer porque não são dotadas de um sistema nervoso que lhes proporcione tais capacidades cognitivas. Muitas pessoas questionam o fato de plantas reagirem a interveções físicas, por exemplo, quando são cortadas por uma serra ou comidas por algum animal. Essas reações moleculares ou celulares são típicas de qualquer ser vivo em interação com o meio. Mas comparar tais reações com a dor é uma extrapolação falaciosa. A natureza não dota seres vivos com um sistema que não é funcional. Não faz sentido uma planta sentir dor e não poder reagir a essa dor. A sensibilidade é fundamental para os animais, pois alerta o indivíduo sobre uma ameaça à sua integridade física obrigando-o a reagir.”
Gostaria de acrescentar que: 
1- O que diferencia um animal de um vegetal é que o primeiro tem um sistema nervoso (logo sente dor) e o segundo não. No dia que você escutar uma planta gritar de dor ao ser cortada pode ter certeza que aquilo era um animal, já que a presença de um sistema nervoso classificaria imediatamente essa criatura no reino dos animais e, 
2- Se você ama tanto o verde e está tão preocupado com o bem estar das plantas (imagino que foi por essa razão que você fez a pergunta, não?) faça o seguinte raciocínio. Sabendo que são necessários pelo menos 7 kg de vegetais pra produzir 1 kg de carne, qual a medida mais eficaz pra diminuir o sofrimento das plantinhas?

O veganismo retira o ser humano da cadeia alimentar. Isso não prejudica o equilíbrio ambiental?

Mais uma vez deixo o pessoal do Gato Negro responder.
“Desde o momento que começou a domesticar a natureza – plantar e criar animais- nossa espécie se retirou de qualquer cadeia alimentar. Não estamos mais seguindo as normas da natureza e sendo limitados por ela. Estamos obrigando-a a produzir para uma população cada vez maior de humanos e isso sim prejudica o equilíbrio ecológico. A população de animais para a alimentação, por exemplo, nunca chegaria ao número atual se não fosse a intervenção humana. No Brasil a população de gado bovino é maior que a humana! Isso consume volumes absurdos de água, solo, vegetais e recursos.”

Não vejo problema nenhum em matar animais pois eles não têm alma.

Lembram quando, em um passado não muito remoto, a igreja dizia que negro e índio não tinham alma e que os brancos podiam fazer o que quisessem deles? Esse tipo de afirmação sempre serviu para deixar os humanos com a consciência tranquila diante das atrocidades cometidas contra animais (ou contra outros grupos de humanos, como a História nos mostra). O importante não é saber se animais têm ou não uma alma. Cada qual que acredite no que quiser, segundo suas crenças pessoais. A verdadeira questão aqui é saber se os animais sentem ou não dor e temos amplas evidências de que eles sentem. Por isso impor sofrimento aos animais é imoral. A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, diz:
“Não aceitamos que diferenças de espécie (assim como tampouco diferenças étnicas entre os humanos) possam justificar as sempre imorais exploração e opressão, seja em nome da ciência ou do esporte, seja para uso como alimento, para lucro comercial ou para qualquer outra forma de benefício humano. Acreditamos no parentesco evolutivo e moral de todos os animais, e declaramos nossa crença de que todos os seres sencientes têm os direitos à vida, à liberdade e ao desfrute natural.”
É nisso que nós veganos acreditamos.

Você não acha absurdo pensar em salvar animais enquanto tem tanta criança morrendo de fome no mundo?

Se alguém conseguisse me provar que ser vegana causa a fome no mundo eu mudaria imediatamente de regime. Mas até onde se sabe, é o regime carnívoro que está destruindo o planeta e causando fome nos países pobres e obesidade nos países ricos. Sabendo que o regime vegano:
melhora a saúde humana,
• protege o meio ambiente,
• mantém a biodiversidade do planeta,
• pode acabar com uma das piores formas de exploração dos países pobres pelos países ricos (A indústria mundial exige que os países do terceiro mundo exportem seus cereais e importem a carne que será produzida graças a eles.),
• pode acabar com a fome no planeta (A produção anual de cereais e legumes destinados aos animais de criação daria pra fornecer a dose diária de calorias de 8,7 bilhões de pessoas – mais do que a população inteira da terra!),
você ainda acha que só pensamos nos animais? A idéia de que veganos são seres bizarros que preferem animais a pessoas é totalmente absurda. No entanto, é verdade que veganos e vegetarianos em geral acreditam que animais são nossos semelhantes e devem ser tratados com respeito. Existe uma concepção distorcida do amor segundo a qual se amarmos um, estamos necessariamente privando o outro desse amor. Os veganos lutam por um mundo sem crueldade e oferecem seu amor aos humanos e não-humanos, sem distinção.

Se eu só comer carne de animais criados em liberdade e que foram mortos de maneira humana, não seria uma solução?

Segundo um artigo que li há alguns anos atrás, vários ingleses, vegetarianos de longa data, voltaram a comer carne depois que a “happy meat” (“carne feliz”) chegou ao mercado. Essa carne vem de vacas criadas ao ar livre, às vezes alimentadas exclusivamente com capim (nada de rações turbinadas com hormônios) e abatidas de maneira “humana”, minimizando o sofrimento do animal. Não há dúvidas que nesse caso o animal leva uma vida mais natural, tem uma morte menos dolorosa e que essa carne, livre de hormônios, é melhor pra saúde. Mas a “carne feliz” seria uma solução pra que, exatamente?
Do ponto de vista nutricional, feliz ou triste, a carne é cheia de gordura e colesterol. Do ponto de vista ambiental, livres ou enclausuradas, as vacas produzem metano (um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa). Do ponto de vista ético, pouco importa a maneira que você matou o animal, matar continua sendo um ato imoral. O fato dos animais terem vivido em liberdade muda alguma coisa? É menos mal matar um ser que vive em liberdade do que um ser que vive em uma prisão?
Mesmo deixando de lado as razões nutricionais, ambientais e éticas a resposta à essa pergunta é NÃO. De um ponto de vista puramente prático, é impossível se alimentar exclusivamente de “animais felizes”. Por que? A indústria da carne não inventou os métodos inhumanos de criação usados hoje por acaso. A intenção nunca foi torturar gratuitamente os animais, ou destruir o planeta, ou a nossa saúde. Esses métodos foram inventados por um único motivo: satisfazer o desejo do consumidor de ter carne barata e em abundância. Por melhor que seja sua intenção, é simplesmente impossível continuar comendo a quantide de carne que comemos hoje (cerca de 78kg de carne por pessoa e por ano no Brasil, 100kg nos EUA) usando exclusivamente os métodos tradicionais de criação de animais. Se todos os animais de abate fosse criados livres, como nas fazendinhas de desenho animado, a oferta de carne no mundo seria drasticamente reduzida. Se você quiser realmente fazer uma diferença, sem no entando se tornar vegetariano, diminua seu consumo de carne. Carne devia ser (como já foi um dia) um luxo. Eu tenho amigos que depois de terem tomado consciência do impacto destrutivo da carne passaram a comê-la só uma vez por semana, ou só em ocasiões especiais. Se uma vida sem carne é algo inimaginável pra você, mas ao mesmo tempo você não quer ser acusado de estar devorando (literalmente) o planeta, por que não fazer a mesma coisa?

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