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julho 12, 2010

Vegetariano, ser ou não ser? Eis a questão!

Os motivos que levam as pessoas a tornarem-se vegetariano são os mais variados, eu particularmente gosto de comida bonita. Por vezes meus alunos me perguntam: por que desta escolha? Para responder esta pergunta tenho na manga as seguintes cartas que devem ser usadas todas de uma vez, pois tornar-se vegetariano é uma escolha individual e intransferível.



Todos os meus motivos não serão suficientes para convencer, justamente por que não quero convencer. Seria como tentar convencer alguém a ser pintor, escritor, pedreiro.
Podia eu argumentar que sendo pedreiro você ficará forte feito um touro, ou até mesmo dizer que como pintor você pode arranjar umas gatas. Enfim, cada qual escolhe o que faz por seus motivos particulares, sejam eles consciêntes ou não. Por força do momento ou por vontade.
Sempre que meus alunos me perguntam o porquê de tornar-se vegetariano digo a eles que é uma escolha pessoal e que para praticar Yôga isso não é necessário, mas para ser um yôgin sim.

Argumento 1
O Yôga precisa de um estilo de alimentação para potencializar os seus efeitos, assim como o atleta olímpico não come feijoada, chocolate, salgadinhos para competir. O atleta escolhe o que come para potencializar os seus resultados, no yôga não é diferente.

Argumento 2
Ahimsa, a não agressão. Princípio ético do yôga. Nos enoja ver um animal ser sacrificado. Nos afeiçoamos aos animais que nos cercam e sofremos profundamente com a sua morte. Tenho certeza que se você tivesse uma vaquinha mimosa no seu quintal você não teria coragem de enfiar uma faca no coração dela, pendurá-la em uma arvore, tirar sua pele e tripas, fatiar sua carne e depois comê-la. No mínimo iria chamar alguém mais bruto para fazer isso.

Comemos a vaquinha nossa de cada dia pois ela vem desnaturada, fatiada e embalada em uma bandejinha limpinha. Observe as crianças, elas tem nojo de pegar em carne crua. As crianças representam nossos instintos mais primais já que ainda não foram reprogramadas pela nossa educação e costumes vigentes.
Segundo Pátañjali, quando você observa a não-agressão toda a hostilidade cessa em sua presença. Veja o que quer isso quer dizer clicando aqui e vendo o vídeo no que há no final do artigo.

Argumento 3
Este é filho do outro, para uma pessoa comum é um tópico diferente mas para um yôgin é a mesma coisa.
Salvem os animais. Muitas pessoas que não tem nada haver com a filosofia acabam por tornarem-se vegetarianas pela empatia que sentem pelos animais. A frase célebre aqui é a de Eistein Bernard Shaw: “os animais são meus amigos e eu não como meus amigos”

Argumento 4
Animais sentem dor como nós e não queremos inflingir dor em outro ser vivo. Isso também é do ahimsa e demonstra pessoas sensíveis. São essas pessoas as mais propensas a desenvolver dons artísticos.
O contra argumento aqui é que as plantas também são seres vivos e o contra-contra-argumento é: você quer comparar o sistema nervoso de uma planta com de um animal? É como dizer sua mãe já está bem velinha e está em estado vegetativo se mandarmos matá-la ela não sentirá dor nenhuma. Faz sentido isso? Pois é… Não queira comparar um animal com uma planta.

Argumento 5
Esqueça os argumentos, para que argumentos? Quer convencer quem com isso? Estes argumentos acima não servem para nada, pois ser vegetariano é uma escolha e não algo que você possa pregar para “salvar” o mundo.

Para algumas pessoas os argumentos acima farão muito sentido, mas elas não farão nada. 
Para outras, elas encontrarão contra-argumentos e eles não servirão para nada.
Já para outras pessoas eles simplesmente não fedem nem cheiram, pois elas não precisam de argumento algum já que operam pelos seus próprios princípios. 
Estes sim, são vegetarianos de verdade.

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