Nas grandes fazendas mecanizadas, animais vivem durante toda a vida em alojamentos exíguos, onde muitas vezes não podem sequer dar mais que alguns passos em uma ou outra direção. Não recebem cuidados veterinários, são impedidos de sentir a relva sob as patas e até de ver a luz do sol. Estes seres que vivem e sentem, cujos sentidos são tão parecidos com os nossos, sofrem e morrem à velocidade de milhões por dia, para servir de matéria-prima à indústria dos produtos de origem animal.
Podemos fazer algo contra isso. Consumir carne, ovos e laticínios é desnecessário para nós. Devemos abandonar este hábito principalmente porque o atual sistema de produção maciça destes produtos causa dor, aflição e, finalmente, a morte de milhões de animais a cada dia. Quando nos sentamos à mesa, temos uma escolha a fazer: podemos contribuir para com a continuação dos horrores das unidades de criação intensiva e dos matadouros ou, adotando uma dieta vegetariana, assumir uma postura de respeito pela vida.
Pelos animais - Apenas no Brasil, diariamente, cerca de 11 milhões de animais são mortos nos abatedouros. Além da morte violenta e injusta, recebem ainda tratamento desumano durante toda a vida. Mutilados e mantidos em instalações superlotadas, são manipulados sem escrúpulos de forma a produzir maiores lucros para os criadores.
Pelo meio ambiente - Com a constante necessidade por áreas de pasto cada vez maiores, as atividades pecuaristas são atualmente responsáveis por cerca de 30% do atual ritmo de desmatamento das florestas equatoriais. Nos Estados Unidos, a criação de animais para consumo requer mais que a metade da água utilizada no país, além de ser a atividade que mais polui o solo agricultável e as fontes de recursos hídricos.
Pela saúde - Pesquisas têm demonstrado que dietas vegetarianas podem proporcionar melhores condições para uma vida mais longa e saudável. Estatisticamente, é entre os consumidores de carne, ovos e laticínios que há maior incidência de males cardiovasculares, artrite, diabetes e osteoporose. A carne vermelha, em especial, é a segunda maior causa de câncer, perdendo apenas para o fumo. 35% de todas as mortes causadas por câncer se devem, em grande parte, à ingestão de produtos cárneos.
Você sabe o que acontece?
Criação Intensiva - O sistema de criação intensiva, largamente utilizado na produção de carne, ovos e laticínios, exige que os animais sejam submetidos a um alto grau de confinamento. São mantidos permanentemente presos, em compartimentos exíguos, e raramente vêem a luz do sol. Muitos deles são mutilados, sempre a sangue frio, sem aplicação de qualquer anestésico. Recebem doses maciças de químicos (hormônios e antibióticos), para que produzam mais, cresçam mais rapidamente e suportem as péssimas condições de vida. Sofrem de doenças ósseas, pelo excesso de peso e falta de mobilidade. São, enfim, tratados como peças de uma máquina cuja função é a de converter ração barata em carne, ovos e leite mais caros.
Frangos - Frangos utilizados na produção de carne são normalmente criados em grandes galpões superlotados. Os criadores removem até um terço de seus bicos, utilizando para isto lâminas de aço quente. O procedimento é doloroso e tem por objetivo evitar que os ataques de uns aos outros causem mortes e ferimentos dentro do criadouro, pois o stress a que são submetidos desencadeia comportamentos agressivos. Muitos morrem de fome por perder a capacidade de alimentar-se com o bico reduzido.
Galinhas poedeiras - Nas grandes granjas de produção de ovos, as galinhas são mantidas em pequenas gaiolas de arame, onde não há espaço sequer para que estiquem as asas. Ferimentos decorrentes do atrito entre seus corpos e as grades da gaiola são comuns. Pintos machos de raças poedeiras não possuem valor comercial, pois não crescem rapidamente ou não chegam ao tamanho suficiente para sua utilização na indústria da carne. Em consequência disto, são simplesmente descartados. Algumas companhias abatem as avezinhas recém-nascidas com a utilização de gases tóxicos. Em outros estabelecimentos, práticas mais cruéis: os pintos machos são moídos vivos para servir de alimentação a outros animais, ou jogados ainda conscientes em embalagens plásticas, onde sufocam-se uns sob os outros.
Porcos - Porcos são castrados, desdentados e, como muitas vezes passam a morder os rabos uns dos outros em virtude do confinamento, têm ainda esta parte da anatomia amputada. Como já sabemos, tudo é feito sem o uso de anestésicos – a regra é baratear ao máximo o processo. O piso inadequado das pocilgas, geralmente laminado ou de concreto, muitas vezes causa dolorosos ferimentos nas patas dos animais. Sabe-se que os criadores de porcos costumam economizar na ração das fêmeas destinadas à procriação, fornecendo-lhes apenas o mínimo necessário ao processo reprodutivo.
Bovinos - Em geral bois e vacas são mantidos em cercados que não possuem abrigo contra o tempo. Isto pode constituir um grave problema em zonas que apresentam inverno rigoroso, podendo levar muitos animais mesmo à morte. Bovinos são ferrados e têm os chifres extraídos a sangue frio. Os machos, em sua grande maioria, são castrados. Em muitas unidades de criação, as fêmeas leiteiras são mantidas sob severas condições de confinamento, passando grande parte de suas vidas em estábulos diminutos, sem espaço sequer para que se virem ou andem alguns passos em qualquer direcção.
Vitelos - A carne de vitela é um subproduto da indústria do leite. As vacas precisam gerar para lactar, mas os bezerros machos (vitelos) das raças leiteiras são desprezados pelos criadores, pois não produzem leite nem rendem bem se utilizados na produção de carne. A maneira pela qual a criação destes filhotes torna-se rentável é a seguinte: depois de separados das mães com apenas alguns dias de vida, são confinados em pequenos alojamentos individuais, onde mal podem mover-se. Recebem alimentação contendo pouquíssimo ou nenhum ferro. Anêmicos e absolutamente sedentários, produzem carne tenra e clara, que alcança bom valor comercial. São abatidos normalmente com dezesseis a vinte semanas de vida.
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