Içara Bahia l A TARDE
Os animais removidos do Circo Portugal no sábado, dia 12, após determinação judicial, continuam no jardim zoológico, em Ondina, onde permanecerão por dois meses. Dois camelos, um cavalo e dois elefantes foram apreendidos na tenda do circo, instalada em Cajazeiras X, após denúncia de maus-tratos feita pelo promotor de justiça Heron Gordilho e as associações protetoras dos animais Terra Verde Viva e Célula-Mãe.
“Os animais estão sendo submetidos a exames parasitológicos, sangue, fezes e urina, que serão coletados até hoje (quarta-feira)”, explica oadministrador zoológico, Gerson Norberto. De acordo com o gestor, o acolhimento foi possível graças a pequenos ajustes no local, como reforços de gradil e ferrolhos. “Foi pedida a guarda temporária. Nesse tempo, a gente consegue acolhê-los, mas temos outras demandas. Não constavam em nossa planilha esses bichos. A gente vai dar suporte para os próximos 60 dias”, garante.
Para o ambientalista Marcell Moraes, que acompanhou toda a apreensão, o próximo passo é impedir que os animais voltem para o circo. “Estamos tentando fazer com que eles sejam tratados e mantidos no próprio zoológico. Oideal seria conduzi-los ao habitat, mas eles cresceram e estão acostumados a viver em cativeiro. O destino deles é continuar no zoológico”, sugere ele, que é presidente da ONG Germen.
Na opinião do ambientalista Juliano Matos, ex-secretário Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e integrante da ONG Terra Verde Viva, os animais não estavam vivendo de forma plena, presos no circo. “Eles são tirados da condição natural e ficam superativos. São domesticados fora do contexto fisiológico”, afirma. Para ele, um outro ponto preocupante são os maus-tratos. “Choque elétrico faz parte do treinamento e adestramento desses animais. Isso, para nós, é uma agressão”, completa.
Proibição - Marcell Moraes lembra que, em algumas capitais do País, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Natal e Porto Alegre, existem leis municipais que impedem a presença de animais em circo. “No Rio, por exemplo, eles nem entram. Com essa brecha aqui, todos os circos vêm parar em Salvador. Muitos vão para as cidades do interior, onde não existe fiscalização”, conta
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