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junho 03, 2010

Mitos e verdades das dietas vegetarianas


Ser vegetariano vai além de excluir a carne do cardápio.
Muita gente se diz vegetariano, porque simplesmente enjoou de comer carne, vai ao supermercado e passa a encher o carrinho de frutas, verduras e legumes. Mas ser vegetariano vai além de excluir a carne do cardápio.


Vegetarianismo é o tipo de dieta que exclui o consumo de todos os tipos de carne e também de outros produtos de origem animal, como ovos, mel, leite e derivados. Há uma vertente que mantém na dieta os ovos, leite e derivados chamada de ovolactovegetarianos. Veja o que é Mito ou Verdade, segundo as professora de Nutrição, Clarissa Magalhães e Anita Fachs, da Universidades de São Paulo.


MITO: Vegetarianos não consomem proteínas 


O que vegetarianos não consomem, são proteínas de origem animal (carne de boi, porco, frango ou peixe). Há diversas fontes de proteínas em produtos vegetais, como soja, feijão, ervilhas, cereais inteiros e outros grãos. Esses alimentos fornecem a quantidade necessária ao organismo, que é de 90 g por refeição ou 180 g por dia, considerando-se apenas as duas refeições principais.


VERDADE: Vegetarianos têm deficiência de ferro no organismo 


Apesar de não ser regra geral, esse é o principal desafio da dieta vegetariana. Isso porque a absorção pelo organismo do ferro de origem vegetal é menor do que o ferro de origem animal. “A ingestão recomendada nesses casos é de duas vezes mais do que em uma dieta carnívora”, disse Clarissa Cervenka. Para compensar esse menor aproveitamento, é preciso ainda combinar alimentos ricos em vitamina C na mesma refeição, pois o ácido ascórbico potencializa a nutrição do elemento. Ela recomenda limão, acerola e morango.


MITO: Todo vegetariano é anêmico 


A deficiência de ferro no organismo não é exclusividade dos vegetarianos e aparece também em pessoas que têm dieta pobre em ferro, o tipo da doença mais comum, mas também com baixos índices de zinco e vitaminas B12 (cujas proteínas de origem animal, incluindo leite e derivados são as principais fontes) e proteínas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90 % das anemias são causadas por carência de ferro.


MITO: Todo alimento de cor verde escura é rico em ferro 


Ao contrário do que pensa a maioria, há alimentos no tom que, na verdade, inibem a absorção de ferro pelo organismo. São as folhas de cor muito escura, como espinafre, escarola, couve e brócolis. Isso acontece porque tais itens são ricos em cálcio, elemento que dificulta o processamento do ferro. “São recomendados erroneamente”, afirmou Anita. Portanto atenção às
combinações nas primeiras refeições. Um prato de arroz, feijão e folhas escuras é perfeito para o fornecimento de proteínas e fibras ao organismo, mas muito pobre em ferro.


MITO: Não como carne, então posso comer doces após as refeições 


É aí que novamente o consumo de calorias dispara e , pior, com alimentos de baixo valor nutritivo, ricos em gorduras. Vegetarianos e carnívoros devem equilibrar o consumo de açúcares e gorduras.


MITO: Todo vegetariano é magro 


Ser magro não está ligado ao consumo ou não de proteínas de origem animal. “Tem muito vegetariano obeso”, afirmou a professora da Unifesp. Isso acontece porque na maioria das vezes a decisão de mudar a dieta não vem acompanhada de orientação. “Muitas pessoas adotam filosofia de não agressão ao meio ambiente e aos animais, e simplesmente param de comer carne e não sabem o que escolher, principalmente se comem fora de casa”, afirmou a professora.


SEM CONSENSO: Não é possível viver sem comer carne 


Mesmo com inúmeros exemplos entre as personalidades, como Paul McCartney, que tem uma excelente forma e disposição aos 67 anos, os especialistas ainda não são unânimes quanto aos benefícios de uma vida sem carne e produtos de origem animal. A professora Clarissa Cervenka defende: “Pode, tranquilamente, desde que a pessoa seja orientada, busque conhecer sobre os alimentos e os nutrientes que fornecem para não ter deficiências”. A especialista aponta resultados de pesquisas que o corpo não foi feito para receber grandes quantidades de gordura e carne, o que seria uma das vantagens da nutrição vegetariana, mas faz um alerta. “Mesmo quem come carne precisa de uma dieta variada, não adianta comer só arroz, feijão, carne e salada, e sim variar os tipos de cereais, leguminosas e hortaliças, não só alface, mas vários tipos de folhas”, afirmou.


SEM CONSENSO: Crianças e Idosos não podem seguir dieta vegetariana 


Pesquisadores apontam que é possível, mas que a supervisão médica não pode ser deixada de lado. “Os jovens vegetarianos seguem a curva do crescimento normalmente. Geralmente estão no ponto mais baixo, mas ainda dentro da normalidade”, apontou Clarissa. Anita Fachs é contrária e diz que a restrição alimentar traz prejuízos ao desenvolvimento e crescimento da criança.


A opção de uma dieta “mais saudável” vem cercada de mitos e dúvidas, reforçadas pela medicina que não é unânime em afirmar que é possível viver sem carne. 
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