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fevereiro 26, 2010

Vegetarianismo: preferência ou filosofia de vida

Cresce o número de adeptos que excluem a carne e adotam uma dieta mais saudável
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Já foi o tempo em que nove entre dez pessoas escolhiam arroz, feijão, bife e batatas fritas como o prato preferido. Essa realidade vem mudando e é cada vez mais comum encontrar tanto jovens quanto adultos que optam por uma alimentação mais saudável e extinguem a carne, principalmente, vermelha da lista dos alimentos da dieta. Seja por cuidados com a saúde ou pela solidariedade com os milhares de animais mortos para o consumo da população, o número de vegetarianos cresce a cada ano.

De acordo com alguns artigos, durante os últimos 20 anos estudos epidemiológicos vêm documentando importantes e significativos benefícios do vegetarianismo, comprovando a redução do risco de muitas doenças crônicas. E foi devido a preocupação com as doenças, que a família da enfermeira Débora Cristina Mendonça, 24, a incentivou o consumo de alimentos saudáveis, excluindo carnes e diversos outros itens do cardápio, desde os seus 7 anos.



“Não foi uma opção, foi algo totalmente imposto. Eu tenho lembranças ruins da época da escola, onde todas as crianças comiam salgados e guloseimas, e eu era proibida”, desabafa a enfermeira. Mesmo com essas recordações, Débora acredita ser muito difícil para qualquer criança ter uma alimentação restrita, porém, atualmente, ela consegue perceber o quanto bem fez a sua saúde.

Foi pensando também na qualidade alimentar, que há 3 anos a bailarina Deisilane Gonçalves Souza, 17, aderiu o vegetarianismo. Além da carne, a jovem excluiu também refrigerante e diminuiu o consumo de frituras. “O nosso corpo precisa ser bem cuidado e para isso precisamos comer bem”, explica. Deisi só não contava que eliminando a carne da dieta, ficaria anêmica. “Senti-me fraca e após alguns exames veio o ultimato: falta de ferro”, lembra.

A deficiência de ferro é tão importante e preocupante que em 2009, no IX Encontro Nacional da Rede de Nutrição do Sistema Único de Saúde,  foi divulgado um estudo que mostrava nas região Sudeste se concentram os maiores índices de pessoas que sofrem de anemia. A porcentagem de mulheres entre 15 e 49 anos anêmicas chega a 28,5% e a de meninos e meninas com até 5 anos, a 22,6%, um dado bastante alarmante.

Uma opção para ir contra os números é explicada pelo nutricionista Marcello Mello, que censura essa mudança de hábitos sem a ajuda de um profissional. “Acho importante as pessoas optarem pelo vegetarianismo, mas é de extrema relevância o acompanhamento de um especialista”, declara. Marcello defende que só um profissional poderá produzir uma dieta combinando os alimentos e substituindo os nutrientes necessários.

XÔ, churrasco
Com o crescimento desenfreado de churrascarias, o consumo de carne vermelha também aumentou, o que fatalmente colabora para o aquecimento global, é o que afirmou o ex-Beatle Paul McCartney. E para tentar melhorar essa realidade, Paul disse que não comer carne um dia por semana é a atitude individual mais eficaz para frear a mudança climática.

Essa iniciativa visa diminuir os 18% dos gases do efeito estufa que a produção de carne emite. Esse dado foi revelado em um relatório das Nações Unidas, publicado em 2006. Além dos gases, a produção, principalmente bovina, é em grande parte responsável pelo desmatamento e pela escassez de água no Planeta. “Produzir um hambúrguer consome a mesma quantidade de água que um banho de quatro horas”, afirmou o músico de Liverpool.

Manter o balanceamento é o segredo
Apesar da importância do nutricionista na mudança da dieta, principalmente para um “recém” vegetariano, Marcello Mello aproveitou para dar dicas sobre alguns alimentos ricos em ferro e vitaminas, para que a anemia, deficiência vivida por Deisilane não se torne comum entre os adeptos. Espinafre, brócolis, beterraba, batata doce são alguns dos alimentos que não podem faltar nessa dieta.

Além dos vegetais, oleaginosas (amêndoas, castanha de caju, nozes) e leguminosas (lentilha, feijão) também contêm ferro. Porém, estes não são bem absorvidos pelo organismo quanto os encontrados em animais, necessitando de auxílio de vitaminas e nutrientes que ajudem na absorção.

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