Segundo Paulo Borges, da Comissão Coordenadora do Partido Pelos Animais (PPA), o objectivo é
"instalar na política portuguesa um partido por uma causa" -- a defesa da Natureza, do meio ambiente e dos animais -, que dizem ser "um marco histórico".
O partido pretende consagrar na Constituição o
"direito dos animais à vida e ao bem-estar, baseado no reconhecimento da sua capacidade de sentirem dor, prazer, stress, angústia, tal como os seres humanos",explicou o representante do grupo de cidadãos, que considera que
"a luta contra o especismo é um desenvolvimento da luta contra o racismo e o sexismo".Os elementos do futuro partido reuniram-se para "dar alguma voz única às associações ambientalistas e animalistas que existem há muito tempo, mas têm actividades muito dispersas", e assumem o objectivo de chegar à Assembleia da República já na próxima legislatura, acreditando ser possível elegerem "entre um a três deputados, no início".
Paulo Borges recusou a possibilidade de o PPA se aliar a um partido com representação parlamentar, porque isso vincularia a nova organização "a um eleitorado de um certo tipo", considerou o responsável, que referiu que o partido reúne apoiantes "de todas as orientações ideológicas".
O membro da Comissão Coordenadora acredita existir espaço na vida política portuguesa para esta organização.
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Os poucos partidos que incluem nos seus programas políticos algumas medidas para a defesa dos animais e do meio ambiente têm diluído essas finalidades noutras finalidades porque estão dependentes de certas orientações ideológicas", afirmou, referindo que o PPA pretende ir "além da dicotomia habitual entre esquerda e direita", assumindo-se como um "partido transversal e inteiro".
As mais de 9 500 assinaturas recolhidas (para a criação de um partido são necessárias 7 500) foram hoje entregues dentro de duas caixas de cartão estampadas com imagens de cães e gatos.
Enquanto aguardam o reconhecimento legal por parte do Tribunal Constitucional, a Comissão Coordenadora do PPA já está a criar o aparelho partidário, disse Paulo Borges, com a criação de núcleos e a preparação do primeiro congresso nacional, para a constituição dos órgãos do partido.
O PPA defende, entre outras medidas, a redução da agro-pecuária intensiva, uma melhor aplicação das leis que punem o abandono e maus-tratos dos animais, a comparticipação do Estado nos tratamentos veterinários e nas medicinas alternativas para as pessoas, a diminuição das taxas sobre produtos de origem natural e a esterilização dos animais que estão na rua.
Fonte: © iOnline
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