A ‘Hora do Planeta’, iniciativa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) contra as alterações climáticas, através do gesto simbólico de luzes desligadas, contou com um recorde de adesão. Tanto em Portugal como no resto do Mundo, este sábado, as luzes foram apagadas às 20h30 (hora de Lisboa) e deverão permanecer deste modo até as 21h30.
A iniciativa teve uma adesão de 25 municípios, mais do dobro de 2009, e 121 países, de acordo com a agência Lusa.
A Portugal Telecom também aderiu ao movimento, deixando às escuras 25 dos seus principais edifícios em todo o país.
Em Lisboa, Porto, Faro, Almeirim, Vila Real, Horta (Açores), Aveiro, Esposende, Águeda, Angra do Heroísmo (Açores), Vila Nova de Famalicão, Loulé, Albufeira, Viseu, Tomar, Lajes do Pico (Açores), a vila de Sintra, Amadora, Mirandela, Guarda, Matosinhos, Lamego, Setúbal e Sertã, foram apagadas as luzes de monumentos, pontes, igrejas e serviços municipais.
Este ano, pela primeira vez a estátua do Marquês de Pombal, em Lisboa, também aderiu à ‘Hora do Planeta’.
Edifícios sem luz na "Hora do Planeta"
Centenas de monumentos e lugares emblemáricos de mais de quatro mil cidades de todo o Mundo ficaram, na noitede sábado, às escuras durante uma hora. A chamada "hora da terra" é uma iniciativa simbólica com a qual se pretenda chamar a atenção para as alterações climáticas: Portugal aderiu a este apagão pela segunda vez consecutiva.
Hora do Planeta: o apagão que ninguém viu (fotos)
Na capital muitos foram os que ficaram alheios à iniciativa verde
O relógio marcava exactamente 20:30 quando o enorme interruptor colocado em frente à Fonte Luminosa em Belém foi desligado e a iluminação do monumento apagada, marcando o início da Hora do Planeta, em Portugal. No entanto, por cá muitos foram os que ficaram alheios à iniciativa verde.
O gesto simbólico do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) passou ao lado das dezenas de pessoas que por aquela hora passeavam junto do Mosteiro dos Jerónimos e muitos foram os que nem se aperceberam que as luzes tinham sido desligadas.
Na Fonte Luminosa em Belém, onde se assinalava o início da hora verde portuguesa apenas um grupo de jovens colombianos se encontrava presente no local no começo da cerimónia. Ainda assim, os estudantes pareciam mais entusiasmados com as garrafas de vinho e cerveja que saboreavam, do que com a iniciativa.
«Ouvimos falar da Hora do Planeta, sim, na Internet, mas nem sabíamos que ia haver um evento de abertura», confessam.
Juliana Gutiérrez admite que este tipo de «iniciativas é importante para consciencializar as pessoas» e afirma que «em Portugal há uma maior preocupação com o ambiente do que na Colômbia», diz a jovem, entre dois goles de vinho.
«Acho que é por causa da meia maratona»
Com a rua toda iluminada e apenas a Fonte Monumental e alguns monumentos sem luz muitos foram os que nem se aperceberam da comemoração da Hora do Planeta. Miguel Sousa e a namorada chegaram mesmo a confundir a iniciativa ecológica com algo bem diferente.
«A semana passada realizou-se a meia maratona. Hoje deve ser alguma entrega de prémios ou assim», disse, sem sequer se aperceber que alguns monumentos tinham desaparecido na escuridão da noite.
«Nem reparei. E como eu acho que muitos portugueses também não estavam informados. Hoje as atenções estão concentradas é no Benfica», declarou o rapaz, que se apressava para ir ver o resto do jogo de futebol.
Uma iniciativa simbólica por um mundo mais verde
Já a organização responsável pela Hora do Planeta, a WWF, ficou satisfeita com a adesão dos portugueses ao evento.
Ângela Morgado destacou que este ano participaram na iniciativa 27 municípios, o dobro dos que haviam apagado as luzes em 2009. A nível mundial também o recorde foi batido: 121 países e regiões aderiram este ano à causa verde.
No entanto, a responsável da WWF destaca que esta é «uma iniciativa simbólica» e não uma actividade que pretenda «produzir efeitos efectivos imediatos», uma vez que «apenas uma hora não seria suficiente para obtermos resultados significativos» na redução de emissão de dióxido de carbono.
Para Ângela Morgado, a Hora do Planeta tem um duplo objectivo: «Por um lado pretendemos consciencializar os cidadãos da importância que cada um tem na protecção do ambiente. Por outro, queremos chamar a atenção dos decisores políticos para a necessidade urgente de alterações nas políticas ambientais, de forma que se tomem medidas efectivas, que vão mais longe que as tomadas no pré-acordo de Compenhaga», disse Ângela Morgado.
Nesse sentido, a responsável pela comunicação da WWF, considera esta «uma mensagem poderosa com 1.2 milhões de apoiantes em todo o mundo» capaz de «agitar consciências e marcar a diferença».
Um objectivo exigente que pôs neste sábado o mundo às escuras. Mas, em Lisboa, muitos foram os que passaram ao lado do apagão e da iniciativa verde, que promete voltar em 2011.
RIO - Um "apagão do bem" deixou às escuras o Aterro do Flamengo e a orla de Copacabana ao Arpoador, atingindo ainda o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Igreja da Penha, o Monumento dos Pracinhas, o Jockey Club Brasileiro e outros 812 monumentos em 4 mil cidades de 120 países que participaram do movimento "A Hora do Planeta". A ação, que durou uma hora - entre 20h30 e 21h30 - , é um alerta idealizado pela rede mundial WWF sobre o aquecimento global. No Rio, sede do evento no país, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o prefeito Eduardo Paes desligaram o interruptor simbólico das luzes do Rio.(Veja imagens da Hora do Planeta no Rio e no mundo)
- Esse é um apagão do bem, que vai iluminar a consciência em relação à importância do cuidado com o meio ambiente. Um gesto que pode parecer pequeno, mas que repetido mundo afora tem um efeito muito bom para a população - disse Minc no Centro de Visitantes do Jardim Botânico, onde participou do ato com o prefeito.
Esse é um apagão do bem, que vai iluminar a consciência em relação à importância do cuidado com o meio ambiente
Um grande telão instalado no local mostrava imagens de cidades que aderiram à inicialmente, como Paris e Lisboa.
Os cariocas também abraçaram a ideia promovendo uma vigília com velas na Lagoa. Em todo o Brasil, 72 cidades de 20 estados apoiaram a causa.
Assim como Minc, Paes destacou que a adesão demonstra uma preocupação das autoridades e da sociedade com a questão ambiental. E quis dar uma prova dessa atenção: durante discurso, ele anunciou que fechará, até o fim do ano, o aterro sanitário de Gramacho, já saturado. Paes ainda antecipou uma solução ecologicamente correta: um centro de tratamento de resíduos.
- Quero antecipar que no fim do ano eu e o Minc vamos até o aterro sanitário de Gramacho, que vai ser fechado. Vamos colocar um cadeado na porta para acabar com o que é um crime ambiental, que se repete há muitos anos. As licitações de um centro para tratar o lixo do Rio já foram concluídas - garantiu o prefeito.
Sem comentários:
Enviar um comentário